Shophia,
Da lusitana antiga fidalguia um dizer claro e justo e franco uma concreta e certa geometria uma estética do branco debruado de azul.
Sua escrita é de nau e singradura e há nela o mar o mapa a maravilha.
Sophia lê-se como quem procura a ilha sempre mais ao sul.
Manuel Alegre
Apego às coisas essenciais
Mais do que o conhecimento, a minha mãe transmitiu-nos, desde a infância, o apego intransigente às coisas essenciais da alegria de viver: o bom pão, o bom vinho, o mar, o Verão, a luz. Essa é uma herança preciosa. Porque essa é, na verdade, a base do conhecimento e da vida.
A minha mãe ainda hoje, com 80 anos, tem uma maior avidez de mar ou de luz do que de mais livros. E vive com a mesma intensidade todas essas coisas essenciais. Sobretudo, vive com a mesma fúria cada instante. Porque ela não é depressiva ou melancólica. Pelo contrário, ela enfrenta com fúria – uma vez mais, é essa a palavra – todas as perdas. Essa forma de viver, de amar cada instante que a vida nos dá, contagiou-nos profundamente.
Maria Sousa Tavares
Obrigado pela sua obra
O Prémio Camões é hoje, sem dúvida, o reconhecimento maior e mais nobre que um escritor de língua portuguesa pode receber na sua área linguística. A obra de Sophia, pela sua regularidade, pelo seu equilíbrio, pela sua nobreza, pela sua pureza, justifica inteiramente o prémio.
Os leitores de Sophia, e contam-se por muitos milhares, de todas as idades e de todas as formações, que conhecem a música dos seus poemas e, frequentemente, os sabem de cor, não deixarão de regozijar-se por esta decisão, que os identifica com um prémio que é de todos nós que falamos português. A Editorial Caminho, que publica a obra poética de Sophia, associa-se naturalmente a este coro de aprovações. Parabéns, Sophia, pelo prémio. E obrigado. Obrigado pela sua confiança em nós, obrigado pela sua obra.
Zeferino Coelho, Jornal de Letras, Artes e IdeiasL, 16 de Junho de 1999
Sem comentários:
Enviar um comentário