3.11.09

Nova estrutura do blog Caro leitor o blog sofreu algumas alterações, apresentamos agora o novo format; O blog manterá a função de esclarecer dúvidas dos cibernautas, mas também será um espaço dedicado á cultura geral. * Pensamento do Dia - espaço dedicado a uma frase, ditado popular, filosofia que se enquadre com o dia em questão. * O Adolescente e os outros - espaço colaborado por Drª. Marília Vilas Boas * Cozinha, Saúde, Arte, Música, Cinema, Guias etc
Em manuntenção. Voltaremos em Breve. Obrigado

18.10.09

Pensamento do dia - 19 de Outubro de 2009

"Toda a ciência é física ou coleta de impressões." - Ernest Rutherford

Pensamento do dia - 18 de Outubro de 2009

"Todo actor é um sentimental. Do contrário não seria actor. A gente tem de ser um doido, um sentimental, um idealista. Se não for assim, não poderá ser um bom actor". - Grande Otelo (adaptado)

17.10.09

Um minuto de humor - Alentejanos na prisão

Na prisão estão dois Alentejanos. Diz um para o outro: - Olha lá é meio-dia ou meia-noite? Responde o outro:- Nã sei o mê relógio tá parado.

Pensamento do dia - 17 de Outubro de 2009

"Você especializa-se em alguma coisa até um dia descobrir que a coisa se especializou em si." - Arthur Miller (adaptado).

Pensamento do dia - 16 de Outubro de 2009

"Nosso critério não é o de escolher papéis, mas procurar peças que queiram dizer alguma coisa. Fazer teatro é um destino". - Fernanda Montenegro

15.10.09

Pensamento do dia - 15 de Outubro de 2009

"Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo". - Michel Foucault

Pensamento do dia - 14 de Outubro de 2009

Esforço-me para reunir o que há de divino em mim ao que há de Divino no Universo. - Plotino

12.10.09

Pensamento do dia - 13 de Outubro de 2009

"O casamento é um livro cujo primeiro capítulo é escrito em verso, e os demais, em prosa". - Beverley Nichols

Breves notas biográficas - Galileu Galilei

Galileu (1564-1642, foi um dos grandes protagonistas das mudanças do seu tempo. Não encontramos na sua obra uma filosofia sistemática, mas a sua vida, a sua obra no domínio da ciência e o seu método de pesquisa constituem uma referência fundamental na viragem da ciência medieval para a do mundo moderno. Galileu nasceu em Pisa. Seu pai, Vizenzo, era um reputado musicólogo e compositor, mandou-o para uma escola de jesuítas no Mosteiro de Vallombrosa (Florença). Estudou depois medicina na Universidade de Pisa, aproveitando para aprofundar a observação dos fenómenos da natureza e estudar os textos dos grandes autores clássicos, como os de Arquimédes (séc.III a.C). No segundo ano do curso, que não concluiu, descobriu que um pêndulo oscila com uma frequência constante (lei do isocronismos das pequenas oscilações). Quando regressou à casa materna, prossegue os seus estudos e inventa uma balança hidrostática. A sua vasta cultura matemática proporcionou-lhe a admiração dos matemáticos do tempo. Em 1589 é-lhe confiada a cadeira de matemática na Universidade de Pisa, e três anos depois a de Pádua. Nesta Universidade estuda o movimento dos corpos em queda, utilizando planos inclinados. Desenvolve as primeiras ideias sobre o princípio da inércia. Em 1609, em Veneza, descobre o telescópio, que não tarda em aperfeiçoar e utilizar nas suas investigações dos astros. No ano seguinte publica "O Mensageiro das Estrelas", onde descreve a lua, concluindo que a mesma é idêntica á terra e não diferente como afirmava a teoria ptolemaica. Revela a existência de 4 satélites em volta de Júpiter, os anéis de Saturno e a proliferação de estrelas na Via Láctea. A partir de 1610 torna-se matemático e engenheiro do Duque de Florença, trabalhando na manutenção do Palácio e nos mecanismos dos seus jardins. Ao mesmo tempo prossegue as suas investigações que confirmam a hipótese heliocêntrica de Copérnico. Em 1611 publica um inovador trabalho sobre hidrostática "Coisas que Flutuam na Água". Dois anos depois revela a existência das manchas solares, na sua obra "História das Manchas e Acidentes do Sol". Em 1632 publica a obra "Diálogo Sobre os Dois Máximos Sistema do Mundo: o Ptolemaico e o Coperniciano" onde refuta a concepção aristotélica-ptolomaica do cosmos. A Igreja acabou por o condenar à prisão perpétua, mas foi depois absolvido depois de negar em publico as suas afirmações sobre o movimento da terra. Nos quatro anos seguintes, escreve outra das suas importantes obras: Diálogos Sobre as Duas Novas Ciências.

Pensamento do dia - 12 de Outubro de 2009

"Podemos encontrar inúmeros conceitos e perfis de líderes actuais, e acredito que todos devam ser respeitados. Mas para mim, o verdadeiro líder continua a ser aquele que consegue despertar nos outros o desejo de serem influenciados por ele." - Roberto Shinyashiki

11.10.09

Breves notas biográficas - Mariah Carey

Mariah Carey (Long Island, 27 de março de 1970) é uma cantora, compositora, produtora musical e actriz dos norte-americana. Fez sua estreia no mundo da música em 1990. Vencedora de cinco prémios Grammy, ela é considerada a artista de maior sucesso da década de 1990 de acordo com a Revista Billboard, e considerada uma das maiores vocalistas femininas da música contemporânea, tendo recebido os prémios Billboard Music Award de Artista da Década em 1999 e World Music Awards de Artista Feminina Mais Vendida do Milénio em 2000, com mais de 200 milhões de discos vendidos no mundo, sendo 62,5 milhões só nos EUA e aproximadamente 72,5 milhões de singles de acordo com a RIAA, totalizando mais de 270 milhões de CDs e singles vendidos mundialmente. Mariah Carey é elogiada pela crítica especializada por suas excepcionais habilidades vocais. Em toda a sua carreira, Mariah já recebeu mais de 200 prémios. Recentemente, Mariah foi incorporada na selecta lista dos "100 melhores cantores de todos os tempos", realizada pela revista Rolling Stone, ocupando a 79ª posição, sendo a artista melhor colocada da actualidade.

Pensamento do dia - 11 de Outubro de 2009

"O único homem que jamais erra é aquele que nunca faz nada." - Eleanor Roosevelt

10.10.09

"Amália" O Filme

Caro leitor, celebrou-se esta semana o 10º aniversario da morte da Rainha do Fado e da mulher que mais influência teve no que toca a mostrar a Língua Portuguesa ao mundo. Deixo aqui uma breve nota para que assista ao filme que retrata a vida de Amália Rodrigues um filme de VALENTIM DE CARVALHO e uma co-produção RTP

Amália Hoje - Gaivota

Se uma gaivota viesse

trazer-me o céu de Lisboa

no desenho que fizesse,

nesse céu onde o olhar

é uma asa que não voa,

esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração

no meu peito bateria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde cabia

perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,

dos sete mares andarilho,

fosse quem sabe o primeiro

a contar-me o que inventasse,

se um olhar de novo brilho

no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração

no meu peito bateria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde cabia

perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida

as aves todas do céu,

me dessem na despedida

o teu olhar derradeiro,

esse olhar que era só teu,

amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração

no meu peito morreria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde perfeito

bateu o meu coração.

Letra de Amália Rodrigues

Esclarecimento de Dúvidas (AVC)

Devido a um leitor ter colocado a dúvida o que é um AVC, como o esclarecimento de dúvidas faz sempre é nunca deixar os seus leitores sem resposta.
Um AVC, ou seja Acidente Vascular Cerebral, também conhecido como derrame (cerebral), caracteriza-se pela perda rápida da função neurológica, decorrente do entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. É uma doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia(falta de suprimento sanguíneo para um tecido orgânico) ou hemorragia (escoamento de sangue).
Como se pode identificar um AVC?
Um AVC é possivel detectar devido a alguns sinais que o corpo nos transmita, por exemplo pedir ao doente que coloque a lingua de fora, pois esta se tiver torta estará a ocorrer um acidente vascular cerebral; normalmente ocorre a perda súbita de força nos braços, na cabeça, nas pernas, ...; dificuldade em falar e em equilibra-se; cefaleia intensa sem causa aparente etc.
Há um método que permite ás pessoas detectar sem precisar ter conhecimento de toda a sintomatologia.
Isto é, os passos STR:
S - Peça um Sorriso ao doente (Se só mover a sua face para um dos lados, pode estar a ter um AVC ou princípio de um);
T - Peça uma frase simples (Talk), por exemplo: Hoje está um dia lindo! (Senão disser a frase é sinal que está a ocorrer um derrame);
R - Peça que levante os dois braços (raise) (caso demonstre que não consegue levar um ou os dois, é necessário logo chamar uma equipa de socorro)...
Caso encontre alguem com esta sintomatologia aqui descrita ou outra aqui não mencionada por favor contacta a linha de emergência - 112.
Aqui estão mencionados alguns dos sintomas, não estão todos, cada doente poderá reagir de forma diferente.
Com os melhores cumprimentos,
Tiago Sousa

Pensamento do dia - 10 de Outubro de 2009

"A história da humanidade é a história das idéias". - Ludwig von Mises

9.10.09

Um minuto de humor - O Ventriloquo

Um jovem ventriloquo estava a fazer um espectáculo num bar duma cidade do interior. Estava a exibir o seu repertório habitual sobre a burrice das loiras, quando uma loiraça sentada na quarta mesa levantou-se e disse:- Já ouvi o suficiente das suas piadas denegrindo as loiras, seu idiota.O que e que lhe faz pensar que pode estereotipar as mulheres dessa maneira? O que é que tem a ver os atributos fisicos de uma pessoa com o seu valor como ser humano? Sao homens como você que impedem que mulheres como eu sejam respeitadas no trabalho e na comunidade, que nos impedem de alcançar o pleno potêncial como pessoa. Por sua causa e por causa das pessoas da sua laia perpétua-se a discriminação não só contra as loiras, mas contra as mulheres em geral...tudo em nome do humor!!!- Confuso, o ventriloquo começa a desculpar-se, e a loira, em tom esganiçado, diz:-O senhor não se meta. Estou a falar com esse rapazinho que está sentado ao seu colo!!!

O adolescente e os outros - O ser adolescente!

Esta coisa de ser adolescente..... Esta coisa a que chamam adolescência é tão sómente uma pequena grande transição do pequeno para o adulto, daquele a quem nada é imputavel para o que tem todas as responsabilidades.Será que ter 17 anos é assim tão diferente do que ter 18? e as reponsabilidades acrescidas são a duplicar ,no minimo.Adolescentes ,não queiram sair dessa vossa adolescência muito depressa ,mas também não fiquem nela toda a vida.Como tudo o bom senso tem que ser rei.Só vos deixo esta certeza,de quem sabe e ainda não se esqueceu dessa fase ,vivam-na plenamente,mas sem deixarem marcas que estraguem o resto das vossas vidas.Quem me conhece sabe que me recuso a ser uma "cota cristalizada",VIVAM ,não passem pela vida.

MVB

=»Publicado por Dra. Marília Vilas Boas

8.10.09

Pensamento do dia - 9 de Outubro de 2009

"Você pode dizer que sou um sonhador; mas não sou o único; espero que um dia você se junte a nós, e o mundo será como um só." - John Lennon

Pensamento do dia - 8 de Outubro de 2009

"O início do conhecimento é a descoberta de qualquer coisa que não entendemos." - Frank Herbert

6.10.09

Pensamento do dia - 7 de Outubro de 2009

"Se o mal-estar precedesse a embriaguez, nós nos guardaríamos de beber em excesso. Mas o prazer, para enganar-nos, vai na frente e nos oculta seu séquito". - Michel de Montaigne

Pensamento do dia - 6 de Outubro de 2009

“O poder não corrompe o homem; é o homem que corrompe o poder. O homem é o grande poluidor, da natureza, do próprio homem, do poder. Se o poder fosse corruptor, seria maldito e proscrito, o que acarretaria a anarquia”. - Ulysses Guimarães

5.10.09

Especial 5 de Outubro de 1910

A Proclamação da República Portuguesa foi o resultado da Revolução de 5 de Outubro de 1910 que naquela data pôs termo à monarquia em Portugal.
O movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910 deu-se em natural sequência da acção doutrinária e política que, desde a criação do Partido Republicano, em 1876, vinha sendo desenvolvida por este partido, cujo objectivo primário cedo foi o da simples substituição do regime. Ao fazer depender o renascimento nacional do fim da monarquia o Partido Republicano punha a questão do regime acima de qualquer outra. Ao canalizar toda a sua acção política para esse objectivo o partido simplificava grandemente o seu fim último, pois obtinha ao mesmo tempo três resultados: demarcava-se do Partido Socialista, que defendia a colaboração com o regime em troca de regalias para a classe operária; polarizava em torno de si a simpatia de todos os descontentes; e adquiria uma maior coesão interna, esbatendo quaisquer divergências ideológicas entre os seus membros. Por isto, as divergências dentro do partido residiam mais em questões de estratégia política do que de ideologia. O rumo ideológico do republicanismo português já fora traçado muito antes, com as obras de José Félix Henriques Nogueira, e pouco se foi alterando ao longo dos anos, excepto em termos de adaptação posterior às realidades do país. Para isso contribuíram as obras de Teófilo Braga, que tentou concretizar as idéias descentralizadoras e federalistas, abandonando o carácter socialista em prol dos aspectos democráticos. Esta mudança visava também não antagonizar a pequena e média burguesia, que se tornaria uma das principais bases de militância republicana. No entanto, o abandono dos interesses do proletariado acabaria por trazer muitos dissabores e dificuldades á Primeira República Portuguesa. Esta operação tinha também como finalidade fazer do derrube da monarquia uma mística messiânica, unificadora, nacional e acima de classes. Esta panacéia que deveria curar de uma vez todos os males da Nação, reconduzindo-a à glória, foi acentuando cada vez mais duas vertentes fundamentais: o nacionalismo e o colonialismo. Desta combinação resultou o abandono do Iberismo patente nas primeiras teses republicanas de José Félix Henriques Nogueira, identificando-se monárquicos e monarquia com antipatriotismo e cedência aos interesses estrangeiros. Outro componente muito forte da ideologia republicana era o anticlericalismo, devido à teorização de Teófilo Braga, que identificou religião com atraso científico e força de oposição ao progresso, em oposição aos republicanos, vanguarda identificada com ciência e progresso. Também este dissociar dos sectores mais conservadores da população viria a ser um grave entrave à República. As questões ideológicas não eram portanto fundamentais na estratégia dos republicanos: para a maioria dos seus simpatizantes, que nem sequer conheciam os textos dos principais manifestos, bastava ser contra a monarquia, contra a Igreja e contra a corrupção política dos partidos tradicionais. Esta falta de preocupação ideológica não quer dizer que o partido não se preocupasse com a divulgação dos seus princípios. Em Outubro de 1910 existiam 167 associações de caracteres vários filiadas no PRP. A acção mais divulgadora, no entanto, era a propaganda feita através dos seus jornais e na organização de manifestações populares, comícios, etc. A propaganda republicana foi sabendo tirar partido de alguns factos históricos de repercussão popular: as comemorações do terceiro centenário da morte de Camões, em 1880, e o Ultimatum inglês, em 1890, fora aproveitados pelos defensores das doutrinas republicanas que se identificaram com os sentimentos nacionais e aspirações populares. O terceiro centenário da morte de Camões, foi comemorado com actos significativos — como o cortejo cívico que percorreu as ruas de Lisboa, no meio de grande entusiasmo popular e, também, a transladação dos restos mortais de Camões e Vasco da Gama para o Panteão Nacional. As luminárias e o ar de festa nacional que caracterizaram essas comemorações complementaram esse quadro de exaltação patriótica. Partira a ideia das comemorações camoneanas da Sociedade de Geografia de Lisboa, mas a execução coube a uma comissão de representantes da Imprensa de Lisboa, constituída pelo Visconde de Jorumenha, por Teófilo Braga, Ramalho Ortigão, Batalha Reis, Magalhães Lima e Pinheiro Chagas. E o Partido Republicano, ao qual pertenciam as figuras mais representativas da Comissão Executiva das comemorações do tricentenário camoneano, ganhou grande popularidade. Mesmo toda esta visibilidade era considerada insuficiente pelo sector mais revolucionário do partido, que defendia a luta armada para tomar o poder a curto prazo. Foi esta facção que saiu vitoriosa do Congresso do Partido em Setúbal em Abril de 1909. O novo directório, composto pelos nomes menos radicais (Teófilo Braga, Basílio Teles, Eusébio Leão, Cupertino Ribeiro e José Relvas) recebeu do congresso o mandato imperativo de fazer a revolução. Os nomes mais radicais ficaram encarregues das funções logísticas na preparação da revolução. O comité civil era formado por Afonso Costa, João Chagas e António José de Almeida. À frente do comité militar ficou o almirante Cândido dos Reis. António José de Almeida ficou encarregue da organização das sociedades secretas, como a Carbonária, em cuja chefia se integrava o comissário naval António Maria Machado Santos, a Maçonaria, embora esta independente dos órgãos do partido, e “Junta Liberal”, dirigida pelo Dr. Miguel Bombarda. A este eminente médico se ficou a dever uma importante acção de propaganda republicana sobre o meio burguês, que produziu muitos simpatizantes. As forças armadas foram outro campo de recrutamento para os ideais republicanos, inevitável dada a orientação revolucionária escolhida. Embora já existisse um núcleo republicano, quando em 1909 se começou a preparar a revolução a curto prazo, havia falta de oficias no movimento. Esta falta foi suprida por acção conjunta da Maçonaria, do almirante Cândido dos Reis no Comité Militar Republicano (que recrutou a maior parte dos oficiais) e de Machado dos Santos na Carbonária. O período entre o congresso e a eclosão da revolução foi muito instável, com várias ameaças de sublevação e grande agitação social, e a revolução várias vezes esteve em risco devido à impaciência do pessoal da marinha, chefiado por Machado Santos, que estava disposto a todos os riscos. Apesar de toda a agitação republicana o governo pouco se preparou, mesmo com a consciência de que o perigo era bem real. A rainha D.ª Amélia teve consciência do largo apoio que os republicanos congregavam: “As suas demonstrações de força nas ruas de Lisboa – por exemplo, a de 2 de Agosto de 1909, que reuniu cinquenta mil pessoas, numa disciplina impressionante – fazem eco aos tumultos organizados na Assembleia por alguns deputados republicanos. Foi na noite desse dia 2 de Agosto que compreendi que a coroa estava em jogo: quando o rei, com razão ou sem ela, é contestado ou rejeitado por uma parte da opinião, deixa de conseguir cumprir o seu papel unificador.”
A revolta A 5 de Outubro de 1910 estalou a revolta republicana que já se avizinhava no contexto da instabilidade política. Embora muitos envolvidos se tenham esquivado à participação — chegando mesmo a parecer que a revolta tinha falhado — esta acabou por suceder graças à incapacidade de resposta do Governo, que não conseguiu reunir tropas que dominassem os cerca de duzentos revolucionários que na Rotunda resistiam de armas na mão. Dia 4 de Outubro, movimentos dos revolucionários No verão de 1910 Lisboa fervilhava de boatos e várias vezes foi o Presidente do Conselho de Ministros (o Primeiro Ministro) Teixeira de Sousa, avisado de golpes eminentes. A revolução não foi excepção: o golpe era esperado pelo governo, que a 3 de Outubro deu ordem para que todas as tropas da guarnição da cidade ficassem de prevenção. Após o jantar oferecido em honra de D. Manuel II pelo presidente brasileiro Hermes da Fonseca, então em visita de estado a Portugal, o monarca recolheu-se ao Paço das Necessidades enquanto seu tio e herdeiro jurado da coroa, o infante D. Afonso, seguia para a Cidadela de Cascais, pois o perigo eminente não aconselhava que estivessem os dois na mesma localização. Duas notícias precipitaram a revolução: o assassinato de Miguel Bombarda, baleado por um dos seus pacientes, e a informação de que os navios fundeados no Tejo iriam sair a dia 4. Os chefes republicanos reuniram-se de urgência na noite de dia 3. Alguns oficiais foram contra, dada a prevenção das forças militares, mas o Almirante Cândido dos Reis insistiu para que se continuasse, sendo-lhe atribuída a frase: “A Revolução não será adiada: sigam-me, se quiserem. Havendo um só que cumpra o seu dever, esse único serei eu.” .” Machado dos Santos já havia passado à acção e nem esteve na reunião. Este dirigiu-se ao aquartelamento do Regimento de Infantaria 16, onde um cabo revolucionário provocara o levantamento da maior parte da guarnição: um comandante e um capitão que se tentaram opôr foram mortos a tiro. Entrando no quartel com umas dezenas de carbonários, o comissário naval seguiu depois com cerca de 100 praças para o regimento de Artilharia 1, onde o capitão Afonso Palla e alguns sargentos, introduzindo alguns civis no quartel, já haviam tomado a secretaria, prendendo os oficiais que se recusaram a aderir. Com a chegada de Machado Santos formaram-se duas colunas, que ficaram sob o comando dos capitães Sá Cardoso e Palla. O primeiro marchou de encontro aos regimentos Infantaria 2 e Caçadores 2, que deviam também estar sublevados, para seguir para Alcântara onde deveriam apoiar o quartel de marinheiros. No caminho, cruzou-se com um destacamento da Guarda municipal pelo que procuraram outro caminho. Depois de alguns confrontos com a polícia e civis a coluna encontrou-se com a coluna comandada por Palla e avançaram para a Rotunda, onde se entrincheiraram cerca das 5 horas da manhã. Compunha-se a força aí estacionada de 200 a 300 praças do Regimento de Artilharia 1, 50 a 60 praças de Infantaria 16 e cerca de 200 populares. Os capitães Sá Cardoso e Palla e o comissário naval Machado dos Santos, estavam entre os 9 oficiais no comando. Entretanto, o Tenente Ladislau Parreira e alguns oficias e civis introduziram-se no Quartel do Corpo de Marinheiros de Alcântara a uma hora da madrugada e conseguiram armar-se, sublevar a guarnição e aprisionar os comandantes, tendo um destes ficado ferido. Pretendia-se com esta acção impedir a saída do esquadrão de cavalaria da Guarda Municipal, o que foi conseguido. Para isto era necessário no entanto o apoio, em armas e homens, dos 3 navios de guerra âncorados no Tejo. Nestes o Tenente Mendes Cabeçadas havia tomado o comando da tripulação sublevada do “Adamastor”, enquanto a tripulação revoltada do “São Rafael” esperava um oficial para a comandar. Pelas 7 da manhã Ladislau Parreira, sendo informado por populares da situação, despachou o segundo-tenente Tito de Morais para tomar o comando do “São Rafael”, com ordens para que ambos os navios reforçassem a guarnição do quartel. Quando se soube que no “D. Carlos I” a tripulação se encontrava sublevada mas os oficiais se haviam entrincheirado, saíram do “São Rafael” o tenente Carlos da Maia com alguns marinheiros e civis. Após algum tiroteio, de que resultaram feridos o comandante do navio e um tenente, os oficiais renderam-se ficando o “D. Carlos I” na mão dos republicanos. Foi a última unidade a juntar-se aos revoltosos que contava assim com parte do regimento de Artilharia 16 e de Artilharia 1, o Corpo de marinheiros e os três navios citados. A marinha aderira em massa como esperado, mas muitos dos quartéis considerados simpatizantes não. Assim, os republicanos, somavam cerca de 400 homens na Rotunda, mas cerca de 1000 a 1500 em Alcântara, contando com as tripulações dos navios, além de se terem conseguido apoderar da Artilharia da cidade, com a maioria das munições, ao que juntava a artilharia dos navios. Estavam ocupadas a Rotunda e Alcântara, mas a revolução ainda não estava decidida e os principais dirigentes ainda não haviam aparecido. Mesmo assim a princípio os acontecimentos não decorreram a favor dos revoltosos. O sinal de três tiros de canhão que deveria ser o aviso para civis e militares avançarem não resultou. Apenas um tiro foi ouvido e o Almirante Cândido dos Reis, que esperava o sinal para tomar o comando dos navios e informado por oficiais que tudo falhara, retirou-se para casa da irmã. Ao amanhecer seria encontrado morto numa azinhaga em Arroios. Desesperado suicidara-se com um tiro na cabeça. Entretanto, na Rotunda, o aparente sossego da cidade desalentava de tal maneira os revoltosos que os oficiais acharam melhor desistir. Sá Cardoso, Palla e os outros oficiais retiraram-se para suas casas, mas Machado dos Santos ficou e assumiu o comando. Esta decisão seria fundamental para o sucesso da revolução. Dia 4 de Outubro, as forças do governo A guarnição militar de Lisboa era constituída por quatro regimentos de infantaria, dois de cavalaria e dois batalhões de caçadores, com um total teórico de 6.982 efectivos. Mas na prática, com os destacamentos militares colocados em funções de vigia e policiamento, nomeadamente nas fábricas do Barreiro devido ao surto grevista e à agitação sindicalista que se verificava desde Setembro, esse número estava reduzido a cerca de 3000. A estes devem juntar-se ainda cerca de 3.000 efectivos policiais. No entanto a eficiência destes era reduzida, não só pela presença entre os seus números de uma quantidade desconhecida de simpatizantes republicanos, como pelo facto de a maioria dos praças não ter mais do que um ano de preparação militar dado o recente licenciamento. Já desde o ano anterior que as forças governamentais dispunham de um plano de acção, elaborado por ordem do comandante militar de Lisboa, General Manuel Rafael Gorjão Henriques. Quando no fim da tarde de dia 3 o presidente do Conselho (Primeiro Ministro) Teixeira de Sousa o informou da eminência da revolução, foi logo dada ordem de prevenção às guarnições na cidade e chamadas de Santarém as unidades Artilharia 3 e Caçadores 6, e de Tomar Infantaria 15. Assim que houve notícia do começo da revolta o plano foi posto em acção: os regimentos de Infantaria 1, Infantaria 2, Caçadores 2 e Cavalaria 2, mais a Bateria de Queluz, seguiram para o Paço das Necessidades para proteger a pessoa do Rei, enquanto Infantaria 5 e Caçadores 5 marcharam para o Rossio, com a missão de proteger o Quartel General. Ao primeiro grupo juntar-se-ia uma companhia e um esquadrão da guarda municipal e ao segundo o Regimento de Cavalaria 4, muito desfalcado pelas deserções ocorridas aquando de uma escaramuça em Alcântara. Quanto às forças policiais a guarda Municipal foi, de acordo com o plano, distribuída pela cidade para proteger pontos estratégicos como a estação de Rossio, a Fábrica de Gás, a Casa da Moeda, a estação dos Correios no Rossio, o seu quartel no Carmo, o depósito de munições de Beirolas e a casa do Presidente do Conselho enquanto lá esteve reunido o governo. Da guarda fiscal (total de 1.397 efectivos) há poucas informações, apenas que alguns soldados estiveram com as tropas no Rossio. A Polícia Civil (total de efectivos 1.200) ficou nas esquadras. Esta inacção retira portanto cerca de 2.600 efectivos às forças do governo. Dia 4 de Outubro, combates Os factos combinados de que do lado monárquico terem alinhado algumas unidades cujas simpatias estavam com os republicanos (de tal maneira que estes esperavam que se tivessem também sublevado) e do lado dos revoltosos o plano original de acção havia sido abandonado pelo entrincheiramento na Rotunda e em Alcântara, levou a que durante todo o dia 4 a situação se mantivesse num impasse, correndo pela cidade os mais variados boatos acerca de vitórias e derrotas. No final a maior parte da movimentação militar coube à Bateria Móvel de Queluz. Assim que se teve notícia da concentração de revoltosos na Rotunda o comando militar da cidade organizou uma destacamento para a atacar. Formavam essa coluna, sob o comando do coronel Alfredo Albuquerque, unidades retiradas da protecção do Palácio das Necessidades: Infantaria 2, Cavalaria 2 e a bateria móvel de Queluz. Desta última fazia parte o herói das guerras coloniais, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro, que não fora avisado com antecedência e só por volta das das onze da manhã se juntou à sua unidade, em Sete Rios. A coluna continuou a avançar até perto da Penitenciária onde assumiu posições de combate. Antes de estas estarem concluídas, no entanto, foram atacados por revoltosos. O ataque foi repelido mas a custo de alguns feridos, vários animais de carga mortos e da debandada de cerca de metade da infantaria. Paiva Couceiro respondeu ao fogo com os canhões e a infantaria que restava, cerca de 50 homens, durante três quartos de hora até que lhe pareceu que o inimigo vacilava. Ordenou então um ataque que foi levado a cabo por cerca de 30 soldados, mas que foi repelido com algumas baixas. Continuando com o fogo durante mais algum tempo, ordenou novo ataque mas os soldados hesitaram e apenas conseguiu que cerca de 20 praças o acompanhassem. Achando ter chegado o momento ideal para o assalto ao quartel de Artilharia 1, Paiva Couceiro pediu reforços ao comando da divisão apenas para receber a desconcertante ordem, do general Carvalhal, para retirar para Sete Rios ao que obedeceu. Entretanto havia-se formado uma coluna com o propósito de atacar simultaneamente os revoltosos na Rotunda. Tal não só não ocorreu como foi dada a Paiva Couceiro a ordem de retirar e a coluna chegou ao Rossio, ao fim da tarde, sem sequer ter combatido. Tal inacção não se deveu a qualquer incompetência do seu comandante, o general António Carvalhal, pois como ficou provado no dia seguinte ao ser nomeado chefe da Divisão Militar pelo governo republicano, as suas lealdades eram outras. Os reforços da província, esperados pelo governo ao longo de todo o dia 4, nunca chegaram. Apenas as unidades já mencionadas e chamadas aquando das medidas preventivas é que receberam as ordens de marcha. Desde o início da revolução que os carbonários tinham desligado os fios telegráficos impedindo assim as mensagens de chegarem às unidades da província. Além disso, na posse de informação acerca das unidades alertadas, os revolucionários tinham cortado as linhas férreas pelo que, obrigadas a marchar, estas nunca chegariam a tempo. Da margem Sul, mais próxima, também era impossível a chegada de reforços visto que os navios revoltosos dominavam o rio. Ao final do dia a situação era dificil para as forças monárquicas: os navios sublevados tinham estacionado junto ao terreiro do Paco e o “São Rafael” fez fogo sobre os edificios dos ministérios, perante o olhar atónito do corpo diplomático brasileiro, a bordo do couraçado “São Paulo” no qual viajava o Presidente Hermes da Fonseca. Este bombardeamento minou o moral das forças no Rossio, que se julgavam entre dois fogos, nomeadamente Rotunda e Alcântara. Dia 4 de Outubro, o Rei Como mencionado, depois do banquete com Hermes da Fonseca D. Manuel II regressara ao Paço das Necessidades, mas não se deitou dada a gravidade dos acontecimentos que se previam, ficando na companhia de alguns oficiais. Jogavam Bridge quando as primeiras canhonadas confirmaram o que temiam. O rei tentou telefonar mas encontrou linha cortada conseguindo apenas informar a rainha Mãe, no palácio da Pena, acerca da situação. Pouco depois chegaram as unidades já mencionadas, que conseguem repelir os ataques dos revolucionários embora as balas atinjissem as janelas. Cerca das nove horas o rei recebeu um telefonema do Presidente do Conselho, aconselhando-o a procurar refúgio em Mafra ou Sintra, dado que os revoltosos ameaçavam bombardear o Paço das Necessidades. D. Manuel II recusou-se a partir dizendo no entanto aos presentes: “Vão vocês se quiserem, eu fico. Desde que a constituição não me marca outro papel senão o de me deixar matar, cumpri-lo-ei.” Com a chegada da bateria móvel de Queluz, as peças foram dispostas nos jardins do palácio de forma a poderem bombardear o revoltado quartel dos marinheiros, que ficava a escassos 100 metros do Paço. No entanto, antes de poder começar, o comandante da bateria recebeu ordem de cancelar o bombardeamento e juntar-se às forças que saiam do paço, integradas na coluna que iria atacar os revoltosos na Artilharia 1 e na Rotunda. Cerca do meio dia os cruzadores “Adamastor” e “São Rafael”, que desde há uma hora haviam fundeado em frente ao quartel dos marinheiros, começaram a bombardear o Palácio das Necessidades, o que desmoralizou as forças monárquicas aí presentes. O Rei refugiou-se numa pequena casa no parque do palácio de onde conseguiu telefonar a Teixeira de Sousa, pois os revolucionários apenas haviam cortado as linhas de telefone especiais do estado mas não as da rede geral. Ordenou ao primeiro-ministro que mandasse para as Necessidades a Bateria de Queluz par impedir o desembarque dos marinheiros mas este retorquiu-lhe que a acção principal se passava na Rotunda e que todas as tropas eram aí necessárias. Tendo em conta que as tropas disponíveis não eram suficientes para cercar os revoltosos na Rotunda, o ministro fez ver ao Rei a conveniência de se retirar para Sintra ou Mafra de forma a libertar as forças estacionadas no Paço para sua protecção e que eram necessárias na Rotunda. Alguns testemunhos afirmam que D. Manuel II chegou a ponderar vestir o uniforme e marchar com as tropas que estavam nas Necessidades rumo a Lisboa mas que foi disso dissuadido pelos oficiais presentes e pelos pedidos de sua mãe, receosa de perder o último filho que lhe restava. Optou então por seguir para Mafra onde a Escola Prática de Infantaria disporia de força suficiente para proteger o soberano. Às duas da tarde as viaturas com o D. Manuel II e seus assessores partiram do Palácio, escoltados por um esquadrão da Guarda Municipal, que logo ao ínicio da Estrada de Benfica o Rei libertou para que viessem ajudar os seus companheiros a lutar contra os revolucionários. A comitiva chegou sem problemas a Mafra cerca das quatro da tarde mas aí depararam com um problema: devido às férias não se encontravam na Escola Prática de Infantaria mais do que 100 praças, ao invés das 800 que seria de esperar e o comandante, coronel Pinto da Rocha, afirmou não dispôr de meios para proteger o rei. Entretanto chegou de Lisboa o Conselheiro João de Azevedo Coutinho, que aconselhou o rei a preparar-se para seguir para o Norte e seguir para o Porto para organizar a resistência. Aconselhava também a chamar a Mafra as rainhas D.Amélia e D.Maria Pia (respectivamente a mãe e a avó do rei) que estavam nos Palácios da Pena e da Vila, em Sintra. Estas chegaram de facto ao fim da tarde. D.Amélia trazia um decreto que o governo lhe havia feito chegar às mãos para que o rei assinasse. Era um decreto de Suspensão das Garantias, que D. Manuel II assinou mas por essa altura já era demasiado tarde. Em Lisboa a saída do rei não trouxera grandes vantagens pois as tropas assim libertas, apesar de receberem repetidas ordens do Quartel General para marcharem para o Rossio por onde pudessem, para impedirem a concentração de artilharia revoltosa em Alcântara, desobedeceram. Esta inactividade deveu-se às predominantes simpatias republicanas dessas unidades, especialmente entre os oficiais. É de notar que mesmo os oficiais tendencialmente monárquicos não estavam muito inclinados a participar activamente. Se a República ganhasse pareceria que se tinham esforçado demais pelo regime deposto; se a monarquia ganhasse, seriam crucificados pela imprensa republicana como sanguinários. Dia 5 de Outubro, a inesperada resolução À noite o moral encontrava-se baixo entre as tropas monárquicas estacionadas no Rossio, devido ao perigo constante de serem bombardeadas pelas forças navais e nem as baterias de Couceiro, aí colocadas estrategicamente, traziam conforto. No quartel general discutia-se a melhor posição para bombardear a Rotunda. Às três da manhã Paiva Couceiro partiu com a Bateria Móvel, escoltado por um esquadrão da Guarda Municipal, e instalou-se no Jardim de Castro Guimarães, no Tourel, aguardando a madrugada. Quando as forças da Rotunda começaram a disparar sobre o Rossio, revelando a sua posição, Paiva Couceiro abriu fogo provocando baixas e semeando a confusão entre os revoltosos. O bombardeamento prosseguiu com vantagem para os monárquicos, mas às oito da manhã Paiva Couceiro recebeu ordem para cessar fogo pois iria haver um armistício de uma hora. Entretanto no Rossio, depois de Paiva Couceiro ter saído com a Bateria, o moral das tropas monárquicas, que se julgavam desamparadas, piorou devido às ameaças de bombardeamento por parte das forças navais. Infantaria 5 e alguns elementos de Caçadores 5 garantiram que não se oporiam ao desembarque de marinheiros. Face a esta confraternização com o inimigo os comandantes destas formações dirigiram-se então ao quartel general onde foram surpreendidos pela notícia do armistício. O novo representante alemão, chegado na antevéspera, instalara-se no Avenida Palace, lugar de residência de muitos outros estrangeiros. A proximidade do edifício da zona dos combates não o poupou a estragos. Perante este perigo o diplomata tomou a resolução de intervir. Dirigiu-se ao quartel general e pediu ao general Gorjão Henriques um cessar fogo que lhe permitisse evacuar os cidadãos estrangeiros. Sem comunicar ao governo e talvez na esperança de ganhar tempo para a chegada dos reforços da província, o general acede. O diplomata alemão, acompanhado de um ordenança com a bandeira branca, dirige-se à Rotunda para acertar o armistício com os revoltosos. Mas eis que estes, vendo a bandeira branca, julgaram que a força opositora se rendia, pelo que saem entusiasticamente das fileiras e juntam-se ao povo, que sai das ruas laterais e se junta numa grande aglomeração gritando “vivas” à República. Na Rotunda Machado Santos a principio não aceita o armistício, mas perante os protestos do diplomata acede. De seguida e vendo o maciço apoio popular à revolta nas ruas, temerariamente dirige-se ao quartel general, acompanhado de muitos populares (aos quais se haveriam de juntar os oficiais que abandonaram as posições na Rotunda). A situação no Rossio, com a saída dos populares à rua era muito confusa, mas favorável aos republicanos dado o evidente apoio popular. Machado Santos confronta o general Gorjão Henriques com o facto consumado e convida-o a manter-se no comando da divisão mas este recusa. Machado Santos entrega assim o comando ao general António Carvalhal que sabia ser republicano. Pouco depois era proclamada a República por José Relvas, na varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa, após o que foi nomeado um Governo Provisório, presidido por membros do partido Republicano, com o fito de governar a Nação até que fosse aprovada uma nova Lei Fundamental. Em Mafra, de manhã, o Rei procurava um modo de chegar ao Porto, acção muito difícil de levar a cabo por terra dada a quase inexistência de uma escolta e os inúmeros núcleos de revolucionários espalhados pelo país. Cerca do meio-dia era entregue ao presidente da câmara de Mafra a comunicação do novo governador civil, ordenando que se alvorasse a bandeira republicana. Pouco depois o comandante da escola Prática de Infantaria recebe também um telegrama do seu novo comandante informando-o da nova situação política. A posição da família Real tornava-se precária. A solução aparece quando chega a notícia de que o iate real “Amélia” fundeara ali perto na Ericeira. Às duas da manhã o iate havia recolhido da cidadela de Cascais o tio e herdeiro do Rei, D. Afonso, e sabendo o Rei em Mafra, havia rumado à Ericeira por ser o âncoradouro mais próximo. Tendo a confirmação da proclamação da República e o perigo próximo da sua prisão, D. Manuel II decide embarcar com vista a dirigir-se ao Porto. A família real e alguns acompanhantes dirigiram-se à Ericeira de onde, por meio de dois barcos de pesca e perante os olhares curiosos dos populares embarcaram no iate real. Uma vez a bordo o rei escreveu ao primeiro-ministro: “ Meu caro Teixeira de Sousa. – Forçado pelas circunstâncias vejo-me obrigado a embarcar no yatch real “Amélia”. Sou português e sê-lo-ei sempre. Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu País. Espero que ele, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer! Viva Portugal! Dê a esta carta a publicidade que puder. Sempre mº afectuosamente – Manuel R. – yatch real “Amélia” – 5 de Outubro de 1910.” Depois de garantir que a carta chegaria ao seu destino o rei fez saber que queria ir para o Porto. Reuniu-se um conselho com o soberano, os oficiais e parte da comitiva. O comandante João Agnelo Velez Caldeira Castelo Branco e o imediato João Jorge Moreira de Sá opuseram-se à opinião do soberano, alegando que se o Porto não os recebesse o navio difícilmente teria combustível para chegar a outro âncoradouro. Perante a insistência de D. Manuel II o imediato argumentou que levavam a bordo toda a família real pelo que era o seu primeiro dever salvar essas vidas. O porto de destino escolhido foi Gibraltar, de onde o rei ordenou que o navio, por ser propriedade do estado português, voltasse a Lisboa. D Manuel II no entanto viveria o resto dos seus dias no exílio. Assim, num confronto cheio de indecisões, desencontros e hesitações em ambos os lados, se pôs termo ao regime monárquico parlamentar em Portugal, um evento por alguns historiadores considerado como o primeiro sinal do desmoronar da tradicional ordem Europeia, que viria a soçobrar completamente alguns anos mais tarde com o desfecho da Primeira Guerra Mundial. A República que emergiu desta revolução pouco mais anos duraria depois dessa derrocada, minada pelas características que originalmente lhe permitiram a sua rápida propagação pela opinião pública e que agora se revelavam como defeitos: o anticlericalismo militante e a falta de um programa social e sindical viraram contra ela ao mesmo tempo os sectores mais conservadores e os mais radicais: a panaceia messiânica não resolveu os problemas e mostrou ser ainda mais instável do que a monarquia nos seus últimos anos. Embora ao desgaste, inércia e incompetência dos partidos tradicionais caiba grande parte da culpa pelo desgaste da monarquia, o Partido Republicano estava lá, sempre se recusando a colaborar ao mesmo tempo que sabotava o regime por dentro, acabando por derrubá-lo pela força. Inversamente, e apesar das incursões monárquicas, foi a república que acabou por se derrubar a si mesma.

Pensamento do dia - 5 de Outubro de 2009

"Antes vale tarde do que nunca..." - ditados portugueses

3.10.09

Um minuto de humor - Inédito do Joãozinho

Inédito do Joãozinho Crianças, amanhã quero que me tragam exemplos de construções que estejam sendo feitas próximo de suas casas e quais as vantagens destas novas construções para nós. - Sim professora. No final da aula, a professora pede a todas as meninas que fiquem na sala porque quer dizer algo: - Olhem, meninas, como o Joãozinho é muito malcriado é provável que amanhã ele diga alguma das suas grosserias. Por isso, vou pedir que, para evitarmos problemas, quando ele disser algo que nos pareça grosseiro, todas vocês se levantem mediatamente e saiam da aula. Todas concordaram com o plano. No dia seguinte, pergunta a professora: - Fizeram a redação que eu pedi? Primeiro você, Anita .. - Perto da minha casa estão construindo um supermercado. Assim, a minha mãe não necessita andar tanto para ir às compras. - Muito bem Anita !!! Sim, Raulzito, fala você.Perto da minha casa estão = construindo uma fábrica de móveis.Assim, como o meu pai é marceneiro ele vai poder trabalhar mais perto de casa. - Excelente, obrigado Raulzito. Nisto o Joãozinho levanta a mão. Diz a professora: - Ai meu Deus !!! Fala, Joãozinho. O que estão construindo perto de tua casa? - Perto da minha casa estão construindo um bordel. Imediatamente todas as colegas do Joãozinho se levantam para sair da sala e ele diz:- Calma, suas p*** ... Ainda não abriu !!!

Especial: Somewhere over the rainbow

Um agradecimento especial ao Dr. Bruno Queirós Silva, por nos ter faculdado este video.

Os melhores cumprimentos,

Tiago Sousa

Espaço de Redação - FanFiction TWILIGHT SAGA (2º prémio)

Caro leitor, As minhas sinceras desculpas por não ter andado a publicar mais textos da minha autoria mas, como já deve ser do conhecimento geral, as aulas já começaram e, apesar de muitos pensarem o contrário, não tenho tido paciência para relatar o resto da minha última história. No entanto fica aqui postado um FanFiction que criei para participar num concurso online para ganhar os livros da saga TWILIGHT (chegando a ficar em segundo lugar). Posso afirmar que esta história de amantes impossível é a minha paixão portanto, se for a sua também (ou não), ou se conhece a história, com certeza irá gostar. Aguardo comentários

Mas Alice já tinha visto, sabia de tudo. Edward preocupara-se com algo que eu achava ser supérfluo. Estávamos felizes, era o que importava. O meu sonho tinha-se realizado. Estava junto dele para toda a eternidade. Deixara de ser Bella Swan para ser Bella Cullen.

Na floresta de Forks tudo estava igual, excepto uma coisa- EU. Já não precisava da sua ajuda para subir às árvores e agora fazíamos corridas. Claro que não o podia superar. Ficava encantada ao vê-lo correr, perdia-me nos seus olhos de mel.

- Então Bella? É só isso que tens?- gritou-me de longe. Ía começar outra vez!

Corríamos como se não houvesse amanhã. Num instante, ouvi Edward gritar o meu nome mas fora tarde de mais, algo tinha agarrado a minha perna forçando-me a cair. Eram eles, os Volturi outra vez

- Tu sabias que viríamos, aquela bruxa vampira previu. Devias ter-te preparado.- olhando para mim- E tu, Bella, estás tão bonita, a transformação fez-te bem, ainda bem que te poupamos!

Jane também estava bonita, como sempre, mas o tom em que ela me falou assustou-me.

- Deixem a nossa filha em paz, ela não é única.

Ele envolveu-me num abraço apertado, se ainda fosse humana, certamente ter-me-ia partido os ossos. Beijou-me a testa como se fosse de desculpa, de falhanço.

Pensei em correr, correr para salvar a minha filha.

- Caius já foi a vossa casa, daqui a pouco está ai com os outros ´vampirélos'.

No instante a seguir estava a família Cullen de joelhos, amordaçados. Temia pela vida deles mas, onde estaria minha filha? Eu queria vê-la! Gritei. Gritei com todas as minhas forças. Não queria que minha filha morresse. Mas, de repente, senti um cheiro a gasolina. Meu Deus! Eles iam-nos queimar vivos!

- Jane estás a cometer um grande erro- disse Carlisle- Eu quase sempre estive do vosso lado após estes longos 300 anos e vocês são capazes de nos fazer isto? Já não vos reconheço.

Num ápice Aro interveio. De onde teria ele aparecido? Eu só chorava.

- Carlisle não é nada pessoal. Jane a criança já está morta, vamos embora.

Não podia acreditar no que os meus ouvidos acabaram de escutar. Era impossível, a minha filha não podia estar morta. Não era possível, não podia ser verdade.

Gritei, chorei, desfaleci. O meu mundo tinha desabado. Como podiam ser tão cruéis?

Vindo do céu o meu lobo salvador apareceu. Soltei-me e corri depressa para casa. Edward seguiu-me sem conseguir dizer uma palavra.

Quando cheguei a casa estava toda desarrumada, só tive tempo de ir ao quarto de Reneesme.

Mas, ela estava dormindo como um anjo! O que os Volturi lhe tinham feito? Peguei-a ao colo para examina-la melhor, mas, de facto não possuía nenhum arranhão.

    • Edward, não entendo. O que se está a passar? Estou assustada!

Edward abraçou-me e conseguiu acalmar-me. Estava tão nervosa.

Como uma flecha, os Volturi e os Cullen estavam no mesmo quarto que nós. Senti-me apavorada.

- Feliz dia das mentiras Bella e Edward. Afinal esqueceram-se. Era apenas uma partidinha.- disse Marcus em tom de diversão- Não pensei que levassem tão a sério.

- Não teve graça nenhuma. Pregaram-me um susto de morte, tanto a mim como a Edward.

Já por não falar de Jacob, que infelizmente tem uma impressão por Reneesme, quase matou Jane, Caius, Aro. Ele estava muito nervoso e cheio de raiva. Por breves momentos pensei que aquele inferno acabava de começar de novo. Fiquei apavorada.

Naquele momento só pensei em bater em todos, que ninguém escapava, mas no fim cheguei a compreender o seu lado e que apenas nos queriam animar.

Catarina de Oliveira

Pensamento do dia - 4 de Outubro de 2009

"Chegará o dia em que todo homem conhecerá o íntimo de um animal. E neste dia, todo o crime contra o animal será um crime contra a humanidade." - Leonardo da Vinci

Pensamento do dia - 3 de Outubro de 2009

“Acreditamos no sonho e construímos a realidade” - Roberto Marinho

Pensamento do dia - 2 de Outubro de 2009

"Devemos expandir o círculo do nosso amor até que ele englobe todo o nosso bairro; do bairro, por sua vez, deve desdobrar-se para toda a cidade; da cidade para o estado, e assim sucessivamente até o objeto do nosso amor incluir todo o universo." - Mahatma Gandhi

1.10.09

Pensamento do dia - 1 de Outubro de 2009

Nunca desista, encontre sempre um lado bom da situação, se houver. - Tiago Sousa

30.9.09

Pensamento do dia - 30 de Setembro de 2009

"Viver o mais intensamente, arriscar sempre. Se tivesse 100 anos para viver, eu ainda não teria tempo para fazer tudo o que quero fazer." - James Dean

Pensamento do dia - 29 de Setembro de 2009

"Os governos suspeitam da literatura porque é uma força que lhes escapa". - Émile Zola

28.9.09

Pensamento do dia - 28 de Setembro de 2009

"Antes vale um pássaro na mão do que dois a voar" - ditados portugueses

27.9.09

Esclarecimento de Dúvidas (Sintomatologia Gripe H1N1 e Gripe Sazonal)

Hoje um leitor pediu ao E.D, esclarecimentos em relação á diferença entre os sintomas da Gripe A e a gripe sazonal. Os sintomas de infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1) nos seres humanos são normalmente semelhantes aos provocados pela gripe sazonal: =»Febre =»Sintomas respiratórios (tosse, nariz entupido) =»Dor de garganta =»Possibilidade de ocorrência de outros sintomas: =»Dores corporais ou musculares =»Dor de cabeça =»Arrepios =»Fadiga =»Vómitos ou diarreia [embora não sendo típicos na gripe sazonal, têm sido verificados em alguns dos casos recentes de infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)] Em alguns casos, podem surgir complicações graves em pessoas saudáveis que tenham contraído a infecção. Para mais informação tem disponível o site da direcção geral de saúde, assim como a linha saúde 24 cujo os contactos mencionámos abaixo. =»D.G.S : http://www.dgs.pt/ =»Saúde 24: 808 24 24 24 Espero ter ajudado e com saudáveis cumprimentos, Tiago Sousa

Eleições 2009 - Sondagem do Esclarecimento de dúvidas (E.E)

Hoje é um dia muito importante para Portugal, pois realiza-se a eleição para 1º ministro.
Entre os candidatos temos: José Sócrates (PS), Manuela Ferreira Leite (PSD), Francisco Louçã (B.E), Jerónimo de Sousa (CDU), Paulo Portas (CDS-PP), ...
Um deste nomes atrás mencionados será o próximo primeiro-ministro, que levará o país para um rumo diferente.
Nas sondagens efectuadas pelo Esclarecimento de dúvidas temos:
PS com 66% de votos;
PSD com 33% de votos;
B.E com 0 % de votos assim como CDS-PP e CDU.
16% dos vistantes encontram-se indecisos, esperemos nós a avaliar cada um dos candidatos.
Com os melhores cumprimentos,
Tiago Sousa

Pensamento do dia - 27 de Setembro de 2009

"A perfeição não consiste na multiplicidade das coisas feitas, mas no fato de serem bem feitas". - São Vicente de Paulo

26.9.09

Pensamento do dia - 26 de Setembro de 2009

"A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros." - Robert Baden-Powell

25.9.09

Um minuto de humor - Enviado de Deus

No manicómio: - Quem és tu? - Eu sou um enviado de Deus. - Mentira eu não enviei ninguém

Breves notas biográficas - Rita Ferro Rodrigues

Rita Ferro Rodrigues (Lisboa, 16 de Outubro de 1976) é jornalista e apresentadora de televisão portuguesa. Aos 16 anos começou a apresentar o jornal televisivo para crianças, Caderno Diário na RTP, trabalhando de seguida no 1ª Vez, programa de debates para jovens, no qual fez o primeiro directo. Seguiram-se Ferro e Fogo, Passeio da Fama, Sub-26 e Portugalmente. Entretanto, fez teatro, rádio na Antena 1. Frequentou o curso de Direito, na Universidade Católica, e Comunicação Social, na Universidade Autónoma. Já na SIC, começou pelo trabalho de redacção e passou depois a apresentar o programa de informação Verão Quente, no qual trabalhou com Daniel Cruzeiro, o repórter da SIC com quem esteve casada. Foi também pivô da SIC Notícias, durante quase 12 meses. Depois, foi entrevistadora em Pavilhão do Futuro e Encontro Marcado, este último programa, na SIC Mulher. Em 2003 apresentava Cartaz, magazine cultural da SIC Notícias. De Janeiro de 2006 a Agosto de 2008 apresentou Contacto, programa de entretenimento na SIC. A partir de Setembro de 2008 irá ocupar um cargo na direcção de programas da SIC. Rita Ferro Rodrigues é filha de Eduardo Ferro Rodrigues ex-Secretário-Geral do PS.

Breves notas biográficas - Ricardo Araújo Pereira

Ricardo Artur de Araújo Pereira (Lisboa, 28 de Abril de 1974) é um humorista português. Filho de um piloto da TAP e de uma assistente de bordo, foi aluno de colégios de freiras vicentinas, franciscanos e jesuítas até se licenciar em Comunicação Social e Cultural, na Universidade Católica Portuguesa. Seguiu-se o trabalho como jornalista, na redacção do Jorna de Letras, Artes e Ideias. Argumentista das Produções Fictícias, foi co-autor de Herman 98 e Herman 99 de Herman José (RTP), O Programa da Maria (SIC, 2001), Hermandifusão Portuguesa (RDP), Felizes para Sempre (Expresso), As Crónicas de José Estebes no Diário de Notícias, entre outros. Por volta de 2003, depois das primeiras aparições na televisão, interpretanto com Zé Diogo Quintela várias rubricas no programa O Perfeito Anormal, na SIC Radical, dá arranque ao projecto Gato Fedorento cujo colectivo viria a tornar-se uma referência do humor português, com o programa Gato Fedorento (Série Fonseca, Série Meireles e Série Barbosa) ou, já na RTP1, a Série Lopes da Silva e o recente Diz Que é Uma Espécie de Magazine. Na internet os humoristas mantêm o blogue homónimo, onde Ricardo Araújo Pereira assina as suas entradas com as iniciais RAP. As personagens de Ricardo Araújo Pereira, que encontram eco na actualidade política, desportiva ou social, destacam-se pelos tiques que «saltam» para a rua (como acontecia com algumas criações de Herman José) e são absorvidos em regime multi-geracional, alimentando campanhas publicitárias de sucesso. É co-autor do livro O Futebol é Isto Mesmo (ou então é outra coisa completamente diferente) e do disco O disco do Benfiquista, naturalmente. Colunista da revista Visão, foi publicada uma compilação das suas melhores crónicas no livro Boca do Inferno. Adaptou para teatro (com Pedro Mexia) Como Fazer Coisas com Palavras, do filósofo inglês John Austin, peça que também interpretou (Teatro São Luiz, 2008). É casado com a produtora de rádio Maria José Areias com quem tem duas filhas: Rita e Maria Inês. É adepto do SLB e vive na Margem Sul.

Pensamento do dia - 25 de Setembro de 2009

"O mar não é um obstáculo: é um caminho". - Amyr Klink

23.9.09

Pensamento do dia - 24 de Setembro de 2009

Ceder ao pessimismo, admitir que não existem saídas, perder a confiança e a esperança - nada disso nos trará a luz, senão mais escuridão ainda. - Origem desconhecida.

Pensamento do dia - 23 de Setembro de 2009

Quem perde os seus bens, perde muito; quem perde um amigo, perde mais; mas quem perde a coragem, perde tudo. - Origem desconhecida.

Pensamento do dia - 22 de Setembro de 2009

Se dissermos que a beleza abandonou o mundo é porque ela abandonou o nosso coração. - Origem desconhecida

21.9.09

Pensamento do dia - 21 de Setembro de 2009

«Não condenemos o naufrágio ás nossas vidas» autor desconhecido

20.9.09

Breves notas biográficas - António Feio

António Peres Feio (Lourenço Marques, 6 de Dezembro de 1954) é um actor e encenador português. Chegado de Moçambique instala-se, com sete anos de idade, em Lisboa. Estreia-se aos 11, na peça O Mar, de Miguel Torga, pela mão do encenador Carlos Avilez, no Teatro Experimental de Cascais. A partir daí começa a trabalhar na televisão; no cinema (1968 - Um Campista em Apuros, de Herlander Peyroteio); teatro na televisão; folhetins na rádio; publicidade. Em 1969 faz uma digressão por Moçambique com a companhia de Laura Alves, com a peça Comprador de Horas. Durante alguns anos colabora com alguns grupos de teatro locais. Começa a trabalhar como desenhador num atelier de arquitectura. Em 1974, faz a digressão do Teatro Experimental de Cascais por Moçambique e regressa com a companhia a Lisboa. Mantêm-se no Teatro Experimental de Cascais durante alguns anos e sai para formar com Fernando Gomes o Teatro Aquarius. Passa de seguida para a Cooperativa de Comediantes Rafael de Oliveira. Segue-se o Teatro Popular-Companhia Nacional I sob a direcção de Ribeirinho, o Teatro São Luiz, O Teatro Adóque, o Teatro ABC, a Casa da Comédia, o Centro de Arte Moderna, o Teatro Aberto, o Teatro Variedades, o Teatro Nacional D. Maria II e muitos outros grupos e projectos pontuais. Começa a encenar com o espectáculo Pequeno Rebanho Não Desesperes de Christian Giudicelli, na Casa da Comédia. Segue-se Vincent de Leonard Nimoy, no Teatro Nacional D. Maria II e O Verdadeiro Oeste de Sam Shepard, no Auditório Carlos Paredes. Faz, como actor, Inox-Take 5 (1993) com José Pedro Gomes e é o início de um trabalho em conjunto e de uma "dupla" que dura até aos dias de hoje. Começa a dirigir cursos de formação de actores no Centro Cultural de Benfica e forma com vários alunos alguns grupos: O Esquerda Baixa e o Pano de Ferro, e com eles faz alguns espectáculos. Seguem-se muitas outras encenações sendo as mais importantes: A Partilha de Miguel Fallabela e O Que diz Molero de Diniz Machado (Teatro Nacional D. Maria II); Perdidos em Yonkers de Neil Simon e Duas Semanas com o Presidente de Mary Morris (CCB e Teatro Nacional S. João); Conversa da Treta de José Fanha (Auditório Carlos Paredes); O Aleijadinho do Corvo de Martin McDonagh (Visões Úteis/ Teatro Rivoli); Arte de Yasmina Reza (Teatro Nacional S. João); Bom Dia Benjamim de Nuno Artur Silva, Luís Miguel Viterbo e Rui Cardoso Martins (CCB e Expo98); Portugal Uma Comédia Musical de Nuno Artur Silva e Nuno Costa Santos (Teatro São Luiz); Popcorn de Ben Elton ao lado de Helena Laureano, Deixa-me Rir de Alistair Beaton,Jantar de Idiotas e O Chato de Francis Veber (Teatro Villaret). Para além do teatro fez televisão (popularizou-se em sitcoms como Conversa da Treta ou programas como 1, 2, 3); algum cinema (com Alfredo Tropa, Eduardo Geada, Luís Filipe Costa e Fernando Fragata), traduções e muitas dobragens. Mantém-se na rádio com uma crónica humorística na TSF.

Breves notas biográficas - Linda de Suza

Linda de Suza (nome verdadeiro: Teolinda Joaquina de Sousa Lança) ( 22 de Fevereiro de 1948 em Beringel, Beja). Linda de Suza foi uma das mais reconhecidas cantoras portuguesas em França. Tendo atravessado a fronteira 'a salto', para fugir das dificuldades económicas e opressivas de um Portugal não-democrático, veio a transformar-se num importante símbolo da liberdade nacional, pela sua atitude corajosa. A sua chegada a França com uma criança nos braços e com escassos recursos económicos dificilmente fazia antever que, poucos anos depois, graças à sua voz melodiosa e melancólica, Linda de Suza esgotava plateias sucessivas no Olympia de Paris e conquistava milhares de admiradores que atribuíram à sua discografia imensos galardões de ouro e platina. Amada pelos franceses, chegou mesmo a ser chamada Amália de França por uns, ou Linda Portuguesa por outros. O facto é que nunca negou as suas origens, mantendo nas letras das canções a história da sua vida e do seu país natal. Publicou um livro (romance) biográfico intitulado 'A Mala de Cartão' que deu a conhecer ao mundo a sua verdadeira história. Filme: A Mala de Cartao/Valise en Carton.

Pensamento do dia - 20 de Setembro de 2009

"A democracia, mais do que qualquer outro regime, exige o exercício da autoridade". - Saint-Jonh Perse

19.9.09

Apresentação - Um minuto de humor

Nesta rubrica semanal, será publicada uma anedota, adivinha mas algo com piada. Todas as sextas-feiras não perca uma novidade sempre diferente.
E para estreiar teremos a seguinte anedota:
No Metro, um anão escorregou pelo banco e um outro passageiro, solidário,recolocou-o em posição.Pouco depois, o anão voltou a escorregar e o mesmo passageiro voltou a colocá-lo no assento.Como a situação se repetiu várias vezes, o referido passageiro irritou-se e protestou:"Bolas ! Eu não me importo de o ajudar, mas será que você não conseguesentar-se em condições?"O anão respondeu:"Meu amigo, há mais de cinco estações que estou a tentar sair ... mas o senhor não me deixa !"
Os melhores cumprimentos, Tiago Sousa

Pensamento do dia - 19 de Setembro de 2009

"Quando o jogo de xadrez termina, o rei e o peão são guardados na mesma caixa" - autor desconhecido

18.9.09

Apresentação - "Vida de louco"

Nesta nova rubrica que pretende que conte aqui episódios da sua vida, os mais loucos, os mais extrovertidos, os mais aventureiros, mais surreais, já sabe que connosco é tudo 100 % anónimo, se quiser identificar-se já sabe está totalmente a vontade, mas se quiser fazê-lo em anónimo, não deixe de partilhar, falar, participar no nosso site, faça-o, se não quiser que ninguém comente o que escreve basta mencioná-lo e não serão publicados comentários.

Pensamento do dia - 18 de Setembro de 2009

"Sou o que o adolescente jamais encontrará, o que o velho procurou em vão durante meio século, o que a mulher desejava ter para segurar quem a deixou. Compreendem, então, por que me escondo? Não quero que os sonhos acabem." - Greta Garbo

Apresentação - "Eu confesso, ..."

Eu confesso, … O Eu Confesso, ... é uma rubrica onde pode confessar qualquer coisa. SIM, qualquer coisa em total anonimato, se preferir. Tem uma pergunta sobre algo que gostaria de saber, e ter a opinião de outras pessoas? O Eu Confesso, ... é lugar certo para isso. De que é que está a espera? é só começar a escrever... Se preferir não haver qualquer tipo de comentários á sua confissão, é favor mencioná-lo e é 100 % garantido que não haverá comentários.

17.9.09

Não perca já a partir de Sábado

Não perca a partir de Sábado as novas rubricas, as rubricas que são feitas a pensar em si!!! A equipa do "Esclarecimento de dúvidas"

Dia 19/20 - O dia das sugestões para novas rubricas...

Se pretende ver no nosso site alguma rubrica que deseja ser trabalhada por nós por favor dê a sua opinião, não hesite. E é nestes dias que se criarão novas rubricas. Não perca em pleno funcionamento a partir 21 de setembro de 2009... A equipa do "Esclarecimento de dúvidas"

Breves notas biográficas - Marisa/Mariza (Fado)

Marisa dos Reis Nunes (Moçambique, 16 de Dezembro de 1973) é o nome de nascimento da fadista portuguesa Mariza, segundo ela própria corrige na TSF à conversa com Carlos Vaz Marques em 2003, «cantadeira de fados». Tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo».

Breves notas biográficas - Herman José

Herman José Von Krippahl (Lisboa, 19 de Março de 1954) é um humorista, cantor, actor e entertainer português. Cresceu em Lisboa, sendo filho de pai alemão e mãe portuguesa. Com quatro anos de idade protagoniza os filmes do seu pai, cineasta amador. Aos cinco anos vai para o Kindergarten, na Deutsche Schule Lissabon (Escola Alemã de Lisboa). Tem um comportamento e resultados pouco lineares, à medida que vai tendo primeiros contactos com o teatro e a música. Estudava ainda quando comprou a sua primeira viola-baixo. Através da música conhecerá a vida artística. Por volta dos 18 anos de idade tem as primeiras aparições na televisão, em No Tempo Em Que Você Nasceu, integrando o grupo residente In-Clave, dirigido pelo maestro Pedro Osório. É também nessa altura que a PIDE lhe faz um ultimato – ou se naturaliza português e cumpre o serviço militar, ou terá que ir para a Alemanha, como alemão. Herman José opta pela nacionalidade alemã e pensa matricular-se num Curso Superior em Munique. No entanto, com o 25 de Abril de 1974, acaba por permanecer em Portugal e, em Outubro desse ano, estreia-se no teatro, contracenando com Ivone Silva, José de Castro, João Lagarto, entre outros no Teatro ABC. A peça, empresariada por Sérgio de Azevedo, era Uma no Cravo, Outra na Ditadura, assinada por José Carlos Ary dos Santos, César de Oliveira e Rogério Bracinha. É levado por Nicolau Breyner a estrear-se na televisão em 1975, participando na rábula Sr. Feliz e Sr. Contente. Os críticos diriam, pouco tempo depois, que Herman «metera o veterano ao bolso». Não abandona a música e, em 1977, edita Saca o Saca-Rolhas, que alcançou o Disco de Ouro. Durante cinco anos percorre o país em espectáculos de província onde debita anedotas, canta, inventa personagens e improvisa. Em 1980 A Canção do Beijinho é novamente Galardão de Ouro. Nesse mesmo ano a criação do personagem Tony Silva («O "creador" de toda musica Ró» latino-romântico de brilhantina e lantejoulas que retratava a sociedade nas suas canções) conquista o grande público n' O Passeio dos Alegres, emitido nas tardes de Domingo, na RTP, com Júlio Isidro. Em 1983, ano da sua participação no Festival da Canção com o tema A Cor do Teu Baton, O Tal Canal, permite a unanimização à volta do seu humor, numa dos seus mais profícuos trabalhos. A sua equipa regressa em Hermanias (1984). Humor de Perdição (1987) envolve o humorista numa polémica, após a proibição por parte do Conselho Administrativo da RTP, das entrevistas históricas, rubrica permanente do programa, sendo a série suspensa precisamente quando estava para ser transmitida a 'entrevista' à Rainha D. Isabel. Data também de 1987, a participação no cinema, com Artur Semedo, em O Querido Lilás, de Artur Semedo. Só regressa à televisão em 1990, com Casino Royal, uma mistura de noite de teatro com programa de variedades. Ainda no início da década de 1990 entrega-se à apresentação de concursos como Com a Verdade M' Enganas e A Roda da Sorte, para, logo de seguida, apresentar Parabéns (1993), onde inaugura um espaço talk-show, trazendo, entre outros, Mário Soares, Roger Moore e Cher. Em 1996 deixa o Parabéns, após a censura da rubrica Última Ceia que juntou cem mil assinaturas num abaixo-assinado a reclamar a proibição daquela rábula. Regressa com Herman Enciclopédia (1997), com duas séries de sucesso, de onde saem figuras o provedor Diácono Remédios ou Melga e Mike das televendas. Para 1998, altura em que Lisboa recebeu a Exposição Mundial lança Herman98 e depois Herman99. Em 2000 muda-se para a SIC, apresentando aos Domingos, o talk-show HermanSIC, mantendo, contudo uma equipa de actores, constituída por Maria Rueff, Joaquim Monchique, Ana Bola, Maria Vieira, Manuel Marques, Vítor de Sousa e, durante algum tempo, Nuno Lopes. Em 2007 estreia Hora H, à semelhança de outros programas do actor está dividido em sketchs humorísticos. Apesar do fracasso, foi nomeado como Melhor Programa de Humor, no único festival da especialidade: o Festival de Humor de Monte Carlo. É um dos proprietários do Teatro Tivoli em Lisboa (Avenida da liberdade). Paralelamente à televisão Herman desenvolveu nos anos 1980 intensa actividade de humorista radiofónico, primeiro na Rádio Comercial, passando pela TSF e por fim criando a Hermandifusão Portuguesa na Antena1/RDP, em duas edições diárias num simultâneo com a RDP Internacional, RDP África, Madeira e Açores. No dia 13 de Janeiro de 2007, no programa Os Grandes Portugueses, Herman José ficou em 70º lugar na lista dos 100 maiores portugueses de sempre. No dia 1 de Abril de 2007 é lhe atribuído o Globo de Ouro de Mérito e Excelência, fora esse recebeu mis doze tornando-se assim dos artistas mais premiados com estes prémios se não mesmo o mais premiado.Outros dos prémios que recebeu foi o "Prémio Personalidade Masculina Portuguesa" do Canal Biography em 2008.Já em 2009 pela ATV foi classificado como a revelação do ano de 2008 no panorama da televisão portuguesa. Em Maio de 2008 o apresentador lançou o Chamar a Música em Portugal, concurso que teve no ar durante a época de verão de 2008 alcançando optimos resultados de audiencias, na epoca de natal foi feito um programa especial com famosos em que foram registadas das mais elevadas audiencias da estação naquela altura, e em Setembro de 2008 volta a apresentar o concurso Roda da Sorte na SIC, concurso esse que foi retirado do ar passados aproximadamente 2 meses e pouco quando atingia os niveis que a Sic pertendia . Neste momento, Herman está na TVI a apresentar Nasci P'ra Cantar desde Julho de 2009 até Setembro de 2009, altura em que o seu contrato com a TVI termina. Também em julho de 2009 lançou o álbum Adeus, vou ali já venho, com músicas inéditas.
...

Pensamento do dia - 17 de Setembro de 2009

"Faça como o relógio de sol, mostre apenas as horas boas". - Provérbios alemães

15.9.09

Pensamento do dia - 16 de Setembro de 2009

"O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram." - Jean Piaget

14.9.09

Pensamento do dia - 15 de Setembro de 2009

"Há pessoas desagradáveis apesar das suas qualidades e outras encantadoras apesar dos seus defeitos." - François de La Rochefoucauld

Oração da sabedoria

13.9.09

Breves notas biográficas - Stevie Wonder

Stevie Wonder, nome artístico de Steveland Judkins Hardaway (Saginaw, Michigan, 13 de Maio de 1950) é um compositor, cantor e activista de causas humanitárias e sociais norte-americano, deficiente visual de nascença.

Pensamento do dia - 14 de Setembro de 2009

Estude como se fosse viver para sempre. Viva como se fosse morrer amanhã. - Origem desconhecida.

Pensamento do dia - 13 de Setembro de 2009

"Uma vontade, mesmo se é boa, deve ceder a uma melhor." - Dante Alighieri

12.9.09

Breves notas biográficas - Luís Vaz de Camões

É pouco o que se sabe de Luís Vaz de Camões, e esse pouco é, ainda assim e na maioria dos casos, duvidoso. Terá nascido em Lisboa por volta de 1524, de uma família do Norte (Chaves), mas isto não é certo. Quem defende esta tese atribui-lhe como pai Simão Vaz de Camões e como mãe Anna de Sá e Macedo. Por via paterna, Camões seria trineto do trovador galego Vasco Pires de Camões, e por via materna, seria aparentado com o navegador Vasco da Gama.Viveu algum tempo em Coimbra onde terá frequentado aulas de Humanidades, talvez no Mosteiro de Santa Cruz, já que aí tinha um tio padre. No entanto, embora a existência desse tio, D. Bento de Camões, esteja documentada, não há qualquer registo da passagem do poeta por Coimbra. Em algum lado, afirmam os estudiosos da sua vida, terá adquirido a grande bagagem cultural que nas suas obras demonstra possuir.Regressou a Lisboa, levando aí uma vida de boémia. São-lhe atribuídos vários amores, não só por damas da corte mas até pela própria Infanta D. Maria, irmã do Rei D. Manuel I. Em 1553, depois de ter sido preso devido a uma rixa, parte para a Índia, e este é um dos poucos factos da sua vida que os documentos corroboram. Fixou-se na cidade de Goa onde terá escrito grande parte da sua obra.Regressou a Portugal, mas pelo caminho naufragou na costa de Moçambique e foi forçado, por falta de meios para prosseguir a viagem, a ficar aí. Foi em Moçambique que seu amigo Diogo do Couto o encontrou, encontro que relata na sua obra, acrescentando que o poeta estava então "tão pobre que vivia de amigos", ou seja, vivia do que os amigos podiam dar-lhe. Foi Diogo do Couto quem lhe pagou a viagem até Lisboa, onde Camões finalmente aportou em 1569.Pobre e doente, conseguiu publicar Os Lusíadas em 1572 graças à influência de alguns amigos junto do Rei D. Sebastião. Mas até a publicação de Os Lusíadas está envolta num pequeno mistério - há duas edições do mesmo ano e não se sabe qual foi a primeira. Em recompensa dos serviços prestados à pátria, o Rei concede-lhe uma modesta pensão, mas mesmo essa será sempre paga tarde a más horas e não salva o poeta da extrema pobreza.Quanto à sua obra lírica, o volume das suas "Rimas" ter-lhe-á sido roubado. Assim, a obra lírica de Camões foi publicada postumamente, não havendo acordo entre os diferentes editores quanto ao número de sonetos escritos pelo poeta. Há diferentes edições de "líricas" camonianas e não há completa certeza quanto à autoria de algumas das peças líricas.Faleceu em Lisboa no dia 10 de Junho de 1580 e foi sepultado a expensas de um amigo. O seu túmulo, que teria sido na cerca do Convento de Sant'Ana, em Lisboa, perdeu-se com o terramoto de 1755, pelo que se ignora o paradeiro dos restos mortais do poeta, que não está sepultado em nenhum dos dois túmulos oficiais que hoje lhe são dedicados – um no Mosteiro dos Jerónimos e outro no Panteão Nacional. É considerado o maior poeta português, situando-se a sua obra entre o Classicismo e o Maneirismo. Alguns dos seus sonetos, como o conhecido Amor é fogo que arde sem se ver, pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam já o Barroco que se aproximava.

Pensamento do dia - 12 de Setembro de 2009

11.9.09

Actualidade para TODOS! - " Educação e gripe H1N1"

Caro leitor, Como habitualmente ia fazendo a minha pesquisa sobre uma notícia que seria boa para ser comentada deparei-me com esta.
Passo a citar: ''
Fenprof exige que alguns exercícios não sejam praticados em Educação Física
São os casos da ginástica de solo, acrobática e de aparelhos, cujo contágio não é evitável, tendo em conta que vários alunos utilizam o mesmo espaço. A Fenprof exigiu hoje que determinadas áreas do programa de Educação Física do ensino secundário, como ginástica de solo, acrobática e de aparelhos, não sejam leccionadas, de forma a evitar o contágio pelo vírus da gripe A (H1N1). Em comunicado, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) informa que enviou hoje um ofício aos Ministérios da Saúde e da Educação, a pedir que "sejam tomadas as providências necessárias para que durante o período de risco da gripe A sejam excluídas algumas áreas do programa" da disciplina. Após contactos com diversos docentes, a federação concluiu que apesar das recomendações não foi dada "qualquer instrução de não leccionação" relativas a algumas áreas obrigatórias do programa de Educação Física. "É o caso, por exemplo, da ginástica de solo, acrobática e de aparelhos, cujo contágio não é evitável, tendo em conta que vários alunos utilizam o mesmo espaço, sem qualquer possibilidade de desinfecção prévia (tapetes, paralelas, argolas, trave, etc.)", afirma também a Fenprof, em comunicado.
Comentário por Catarina de Oliveira
Acho que estas medidas deviam ser tomadas. Não falo pela enorme preguiça que se abate sobre mim durante a aula ( e também quando ouço o nome da disciplina ) mas porque o que está em risco é a saúde dos alunos. Não seria lá muito bom termos metade da escola, ou mais de metade, infectada além de, por exemplo no 9ºano, 11ºano e 12ºano que são os anos dos exames nacionais, podem ser prejudicados por este vírus. Esperemos que não e que o ministério tome as devidas precauções. Gostava de fazer um apelo à ministra da saúde para que pense com muito cuidado que centenas de escolas serão contaminadas e que está nas mãos dela deixar, ou não, que o vírus se propague. Se tiver algo a dizer sobre este assunto, não hesite e comente.

Espaço de Redação- Mundo Oculto

Olá caro leitor, No ESPAÇO DE REDAÇÃO irei pubicar uma história, da minha autoria, claro, mas em vários posts. Ou seja, irei contá-la como se fosse uma série. Hoje irei publicar a primeira parte, espero que gostem. Aguardo comentários.



O que farias se fosses obrigada (talvez pelo destino) a separar-te das pessoas que mais amas? O que farias se fosse contada uma mentira a teu respeito e ninguém acreditasse que tu, tu que nunca mentiste, terias a tua primeira vez? O que farias se soubesses que alguém te traiu, incriminando-te e tivesses que a procurar louca e deseperadamente e, ao mesmo tempo que desconfias de tudo e todos?

Pois, já sei como te deves estar a sentir.

Tantas emoções e incógnitas devem estar a roer o teu interior ao mais profundo.

Foi isso e é isso que me está a acontecer.



Tudo começou quando fui promovida. Não posso dizer o nome da empresa em que trabalho mas apenas direi que é de missões ultra-secretas, tipo James Bond.

O Carl, chamá-lo-emos assim, é o chefe de todas as operações.

Devê-mo-lo respeito e sinceridade pois foi o único (e sempre será) que nunca desiste de nós. Temos que ter um único requisito- sermos órfãos. Além de os nossos pais não aguentarem a dor de nos perderem, pois nunca sabemos se iremos resistir a uma missão, nós não aguentaríamos a pressão se tivéssemos pais... Seria do tipo:

- Quero ir para casa, não aguento mais

- Os meus pais não me tratam assim, portanto não tens o direito de o fazer

- Quando o meu pai souber disto, ele vai-te colocar em tribunal e vais preso

- A minha mãe sabe fazer uns bolinhos daqui, promove-me e talvez chegues a prová-los

Os requisitos eram mínimos, mas, não sei porquê, porque seria eu diferente?

Vamos recordar a noite em que tudo aconteceu. A noite em que a minha vida dava uma volta de 180º e nunca mais voltaría a ser a mesma.

* * *



- Pai, cheguei. - disse, prazenteiramente, ansiosa por cheirar de novo a gola do seu casaco. Era uma fragrância absolutamente envolvente e cada vez que as minha narinas sugavam o seu odor, era, definitivamente uma criança outra vez, apesar dos meus 16 anos ainda não me pesarem. Admirava o meu pai. Ele era tão pacifico e, ao mesmo tempo, tão rigoroso. Era aquele tipo de homem que toda a gente respeita só com receio mas, quando o conhecem é um amor de pessoa.

Subi as escadas e deparei-me que o quadro estava ligeiramente tombado para a direita. Não parei.

Estava com medo do que pudesse ter acontecido mas as minhas pernas não davam o «braço a torcer».

- Deixem-nos, já vos dissemos tudo o que sabíamos. Não lhe façam mal. - era a voz do meu pai a gritar, disso tinha a certeza. Foi nesse momento que as minhas pernas voaram até ao quarto dele. Vi dois homens vestidos de preto até às orelhas, cada um elevando graciosamente uma espada enorme.

Entrei em pânico com aquele cenário. O que iria eu fazer?

Quando se depararam com a minha presença fizeram-me uma vénia e saltaram pela janela.

A minha mãe estava morta, encostada a um canto, derramando litros e litros de sangue da sua pequena barriga. Nunca fui muito ligada a ela mas amava-a profundamente.

- Pai, estás bem? - perguntei desesperadamente, procurando com os olhos algum sinal de ferimento.

- Sophie, não há tempo para nada. Eles virão de novo para te buscar. Não aguentarei a dor de eles te levarem So, não aguentarei. Por favor, diz-me que a tua mãe está bem.

- Temo, meu pai, essa notícia não te poderei dar.

Lágrimas foram derramadas pelo seu esbelto rosto. Dava tudo para não ver o meu pai sofrer.

- So, há coisas que são necessárias tu saberes e eu gostava que fossem por mim. O teu verdadeiro nome é Medeia. És filha de Charla e Gustav. Mataram os teus pais como nos querem matar a nós. - gemeu um pouco. As dores deviam ser agonizantes. - Chegaste até nós através do Carl Godsben.

Tirou uma fotografia do seu bolso de cabedal e mostrou-ma. Reconheci imediatamente o meu pai. O que mudara dessa altura para cá fora o seu cabelo que agora estava grisalho. O outro homem que se encontrava abraçado ao meu pai (continuarei sempre a chamar-lhe de pai, apesar de não ser biológico), era esguio e pálido. Parecia uma personagem de banda desenhada, não só pelos seus contornos mas também pelo seu ar engraçado. Dei uma gargalhada, não consegui conter-me.

- Se achas piada com a aparência dele na foto, gostava de ver quando o conheceres realmente. - gemeu ainda mais alto, percebi que havia ter sido ferido enquanto lutava pela sua vida.

Levantei-me para ir buscar uma mala de primeiros-socorros mas algo me agarrou no braço.

- Não, Sophie, eu morrerei aqui. Não te vás, tenho que te contar a verdade. - Tentei forçar mais mas ele agarrou-me com ainda mais força. Não queria ouvir aquilo, não queria saber da verdade, apenas queria salvar o meu pai.

- Medeia, PÁRA. - aquele berro ecoou-me nos ouvidos. O meu nome não é Medeia e recusar-me-ei sempre a pronunciá-lo. - Por favor, ouve-me. Eu liguei ao Carl, ele já deve estar a chegar. Tu tens um chip. Um chip dentro do teu cérebro. Um chip que a Charla te pôs. Ela estava desesperada, Medeia. No lugar dela se calhar fazia o mesmo

- Não me chames Medeia. O meu nome é Sophie Momadre.

- Tentamos proteger-te, o que conseguimos até agora mas há um traidor. Carl é o chefe de operações da Agência Secreta onde tu ficarás a viver e a trabalhar. Lá estarás mais segura que aqui.

- O que é que o chip tem para ser tão desejado?

- Boa pergunta So. Eu não sei, apenas sei que, desde que tu tinhas dois meses, desde que a tua mãe te colocou o chip, tu passaste a ser a bebé mais conhecida do mundo oculto. O mundo dos terroristas, o mundo dos hakers, enfim, o mundo do mal. O mundo que as pessoas utilizam para dominar o nosso mundo. Qualquer tipo de corrupção, qualquer tipo de burla, é tudo do mundo oculto. Tudo o que não é informado pelos noticiários faz parte do mundo oculto, mas infelizmente, esse traidor infiltrado anda a fazer tantas manhas que parte da notícias nem são verdadeiras.

- Pai, porquê isto tudo agora?

- Porque só agora achei preciso contar-te. Ouve-me - veio um grunhido da janela - vai buscar a caçadeira, debaixo da cama - sussurrou-me.

Nunca tive experiência com armas de fogo mas com os filmes aprende-se imenso.





Continua...

Arte com imaginação - temporariamente indisponível

Com muita pena que informo que a rubrica: "Arte com imaginação", vai estar temporariamente sem novidades, pois por motivos profissionais a nossa colaboradora Carolina Macedo terá que se ausentar. Agradeço compreensão, A administração: Tiago Sousa

Sondagem sobre: "O que os internautas acham do nosso site"

Pela sondagem que fizemos sobre o que as pessoas pensam do nosso site, estas votaram conforme vos vamos mostrar no esquema seguinte, sem omissão de dados, aqui é visível a opinião dos que acompanham o nosso trabalho: Interesante (100%) Educativo (100%) Perda de Tempo (0%) O melhor (100%) Chato (0%) Sondagem com direito a resposta múltipla. Muito obrigado pela preferência, Tiago Sousa

10.9.09

Pensamento do dia - 11 de Setembro

"Para o triunfo do mal basta que os bons fiquem de braços cruzados." (Edmund Burke) Caro leitor, Faz hoje 8 anos desde o maior ataque terrorista da história. No fundo esta frase é um conselho para que juntos tentemos combater o terrorismo e assim tornar um mundo melhor e mais justo. Um simples gesto, pode incentivar a paz.

Breves notas biográficas - Édit Piaf

Édith Piaf (Édith Giovanna Gassion) nasceu em Paris, França no dia 19 de Dezembro de 1915 e faleceu em Grasse, França no dia 10 de outubro de 1963. Foi uma cantora francesa de música de salão e variedades, mas foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson. Seu canto expressava claramente sua trágica história de vida. Entre seus maiores sucessos estão "La vie en rose" (1946), "Hymne à l'amour" (1949), "Milord" (1959), "Non, je ne regrette rien" (1960). Participou de peças teatrais e filmes. Em junho de 2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando ao cinemas brasileiros em agosto do mesmo ano com o título "Piaf - Um Hino Ao Amor" (originalmente "La Môme", em inglês "La Vie En Rose"), direção de Olivier Dahan. Édith Piaf está enterrada na mais célebre necrópole parisiense, o cemitério do Père-Lachaise. Seu sepultamento foi acompanhado por uma multidão poucas vezes vista na capital francesa. Hoje, seu túmulo é um dos mais visitados por turistas do mundo inteiro.

Breves notas biográficas - Amália Rodrigues

Amália da Piedade Rodrigues nasceu em 1920, em Lisboa, filha de pais naturais da Beira Baixa. A data certa do nascimento é desconhecida: em documentos oficiais nasceu a 23 de Julho, mas Amália sempre considerou que nasceu no primeiro dia desse mês. Educada pela avó, cantou pela primeira vez em público em 1929 numa festa da Escola Primária da Tapada da Ajuda, que frequentava. Maistarde trabalhou como bordadeira. Em 1933, empregou-se numa fábrica de bolos e rebuçados em Lisboa e dois anos mais tarde, com a irmã Celeste, trabalhou numa loja de souvenirs no Cais da Rocha, acompanhada pela mãe, vendedora de fruta. Em 1935, desfilou na Marcha de Alcântara e cantou pela primeira vez acompanhada à guitarra numa festa de beneficência. Estreou-se em 1939 no Retiro da Severa, a casa de fados mais importante da altura, acompanhada por Armandinho, Jaime Santos, José Marques, Santos Moreira, Abel Negrão e Alberto Correia, interpretando três fados. Em 1940 casa com o guitarrista amador Francisco da Cruz. No dia 25 de Junho de 1940 é a atracção convidada da revista do Teatro Maria Vitória, Ora Vai Tu!, a primeira de muitas revistas em que participou.A sua estreia no estrangeiro, a 7 de Fevereiro de 1943, ocorreu em Madrid, a convite do embaixador Pedro Teotónio Pereira. Amália separa-se do primeiro marido.Em 1944 viajou pela primeira vez para o Brasil, onde actuou no Casino de Copacabana. O sucesso levou a prolongar a estada de seis semanas para três meses, tendo regressado no ano seguinte ao País. Amália Rodrigues gravou os primeiros discos de 78 rotações, a 17 de Outubro de1945, no Brasil para a etiqueta Continental.A estreia no cinema ocorreu a 16 de Maio de 1947 com o filme Capas Negras, de Armando Miranda, que bate todos os recordes de exibição, com 22 semanas consecutivas em cartaz no cinema Condes, em Lisboa. Em Fevereiro de 1948 recebeu o Prémio SNI para a melhor actriz de cinema pela sua interpretação de Fado, de Perdigão Queiroga, estreia no Porto e é anunciado como sendo inspirado na vida de Amália, o que a fadista sempre negou. Em Abril de 1949 cantou pela primeira vez em Paris e em Londres, em festas do Departamento de Turismo organizadas por António Ferro. Em 1950 continua a sua tournée pela Europa, actuando em Berlim, Dublin e Berna. Começa a cantar poemas de Pedro Homem de Mello e David Mourão-Ferreira. Em Dublin, canta Coimbra, que fica no ouvido da cantora francesa Yvette Giraud, que a populariza em França como Avril Au Portugal.Em 1951, Estreia de Vendaval Maravilhoso, de Leitão de Barros, um dos filmes preferidos de Amália entre aqueles em que participou. Gravou pela primeira vez em Portugal, para a editora Melodia (Rádio Triunfo) a. Numa digressão por África canta em Moçambique, Angola e Congo Belga.Em 1952 cantou em Nova Iorque, onde ficou 14 semanas em cartaz, e assinou contrato discográfico com a casa Valentim de Carvalho, fazendo as primeiras gravações no estúdios da EMI, em Londres. Em 1953 Amália torna-se na primeira artista portuguesa a actuar na televisão americana no famoso programa Coke Time with Eddie Fisher, onde interpreta Coimbra. É de 1954 também o seu primeiro álbum, Amália Rodrigues Sings Fado From Portugal And Flamenco From Spain, publicado nos EUA pela Angel Records. Este álbum nunca foi publicado em Portugal com o mesmo alinhamento.No ano 1955 participou no filme Os Amantes do Tejo, de Henri Verneuil, onde interpreta a Canção do Mar e o Barco Negro. Filma no México Musica de Siempre com Edith Piaf. No dia 10 de Abril de 1956 estreou-se no famoso Olympia, de Paris, numa das festas de despedida de Josephine Baker, e em Julho de 1958 foi condecorada por Marcelo Caetano na Exposição Mundial de Bruxelas.No dia 4 de Novembro de 1958 estreou-se na televisão portuguesa no papel principal da peça O Céu da Minha Rua, adaptada de uma peça de Romeu Correia.Em 1961, confirmam-se os boatos que desde há muito andam no ar. Amália casa-se no Rio de Janeiro com o engenheiro César Seabra, e anuncia que vai abandonar a carreira artística passando a viver no Brasil. Um ano depois Amália regressa a Lisboa. Em 1962 foi editado o álbum Amália Rodrigues, mais conhecido como Busto ou Asas Fechadas, grande viragem na sua vida artística, onde canta Estranha Forma de Vida, Povo Que Lavas No Rio, de Pedro Homem de Mello, e, pela primeira vez, músicas de Alain Oulman. Em 1963, em Beirute, é tal o seu prestígio, que a convidam a acompanhar com os seus fados uma Missa de Acção de Graças pela independência do Líbano. E continua sempre avoltar aos países que não se cansam de a reclamar. Em Paris, o acolhimento do público é sempre delirante, não só no Olympia, como participando nos mais sensacionais acontecimentos artísticos. Em 1964 Amália regressa ao Cinema com Fado Corrido, um Filme de Brum do Canto baseado num conto de David Mourão Ferreira, onde mais uma vez lhe dão um papel de fadista. Na estreia do filme em Lisboa confirmou-se mais uma vez que Amália continuava a ser a artista preferida do público português. Onde quer que aparecesse era sempre uma sensação. Em 1965, Amália atinge a sua melhor interpretação no cinema em As Ilhas Encantadas do estreante Carlos Vilardebó, baseado numa novela de Herman Melville. Neste filme, diferente de todos os outros da sua carreira, Amália pela primeira vez não canta. Amália volta a receber o prémio de melhor actriz com As Ilhas Encantadas e no ano seguinte aparece no filme francês Via Macau. Em 1966, é editado o primeiro disco em que recria o folclore, a que mais dois se seguirão. Com uma grande orquestra sinfónica, dirigida por André Kostelanetz, actua no Lincoln Center, em Nova Iorque, e no Hollywood Bowl, em Los Angeles. Canta em França, Israel, Brasil, África do Sul, Angola e Moçambique. Amália cantou na inauguração da Ponte sobre o Tejo, gravou Concerto de Aranjuez, com uma letra em francês, e Vou Dar De Beber À Dor, de um compositor até então desconhecido, Alberto janes, que se tornará num dos maiores êxitos de Amália, com mais de 100 mil cópias vendidas.Em 1967 em Cannes, Anthony Quinn, com enorme entusiasmo, anuncia oficialmente que prepara dois filmes para Amália, sendo o primeiro Bodas de Sangue de García Lorca. Mas Amália prefere exprimir-se no canto. Em 1969 cantou na União Soviética, correndo o mundo que unanimemente lhe reconheceu o talento. Em Janeiro de 1970, Amália parte para Roma para actuar no Teatro Sistina em Roma. O sucesso foi tal que o fenómeno "Amália" se espalha por Itália. Começava então "La Folia per La Rodrigues". Amália canta pela primeira vez em Tokyo, e também o Japão, apesar de tão longínquo e com uma cultura tão diferente, se rende ao fascínio de Amália . Desde então sucedem-se as tournées pelo Japão abrangendo várias cidades. Todos os seus discos são editados nesse país, que com ela tanto se identifica. É frequente, quando Amália parte para o Japão todos os seus espectáculos estarem já esgotados, lançando assim Amália, uma verdadeira ponte cultural entre Portugal e o Japão. Este disco conquista para Amália os mais importantes prémios da indústria discográfica: IX Prémio da Critica Discográfica Italiana (1971), o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco de Paris (1975).Em 1972 no Brasil, estreia-se no Canecão do Rio de Janeiro Um Amor de Amália, onde pela primeira vez, num espectáculo organizado, Amália canta e conta histórias da sua vida. Tanto é o sucesso que, o show é repetido no ano seguinte. Esse espectáculo, onde Amália é acompanhada para além da guitarra e da viola, por uma orquestra e um coro, foi gravado em disco. No dia 25 de Abril de 1974 dá-se a revolução que derrubou o regime fascista que há 48 anos governava Portugal. Amália, devido a um contrato que tinha para actuar na televisão espanhola, partiu para Madrid no dia seguinte. Em Lisboa, a grande popularidade internacional de Amália fez que de imediato circulassem boatos que a ligavam ao regime deposto. Embora só ligeiramente prejudicando a sua carreira, estes boatos afectaram gravemente a sensibilidade de Amália. Apesar destes boatos, Amália aparece logo no Coliseu onde 5 mil pessoas aplaudem de pé, provando que o seu público nunca a abandonou. A partir dessa altura, faz as mais longas tournées por Portugal, e o seu sucesso internacional continuou a aumentar fazendo tournées por todo mundo. Em 1976 são editados Amália noCanecão, álbum ao vivo que regista parte do show de Amália naquele palco brasileiro em 1973, e Cantigas da Boa Gente compilação de material lançado anteriormente em singles e Eps. Também neste ano canta no Théâtre de Champs Elysées, em Paris. É publicado pela UNESCO o disco Le cadeau de la vie, onde figura ao lado de Maria Callas, John Lennon, Yehudin Menuhim, Aldo Ciccolini, Gyorgy Cziffra e Daniel Barenboim. No ano de 1977 editadas mais duas compilações – Fandangueiro e Anda o Sol na Minha Rua – de um novo single de Alberto Janes, Caldeirada, e de Cantigas numa língua antiga, primeiro álbum de material original de Amália em três anos, embora de façam parte alguns temas já anteriormente registados pela fadista, aqui gravados em novas versões. Neste ano volta ao Carnegie Hall de Nova YorkEm 1980, Amália edita Gostava de ser quem era, o seu primeiro álbum de material inédito em três anos, composto por dez fados originais com letras da própria Amália, escritas em sua casa durante a convalescência de uma doença.Também em 1980 recebeu do Presidente da Republica acondecoração de grande oficial da ordem do infante D. Henrique. Logo em seguida é homenageada pela Câmara de Lisboa. Amália edita, em 1982, com poucos meses de intervalo, O senhor extra-terrestre, um maxi-single com duas canções de Carlos Paião, e "Fado", um novo álbum de estúdio composto exclusivamente por novas gravações de composições de Frederico Valério, muitas delas criadas por Amália. O álbum atinge o 5º lugar do top de vendas de álbuns compilado pela revista Música & Som. Em 1983, é editado o álbum Lágrima, composto por 12 originais gravados durante 1982 e 1983, de novo com letras suas. Será o seu último disco de material inédito até à edição de Obsessão, em 1990. É editado, em 1984, Amália na Broadway, que reúne oito standards de musicais americanos gravados por Amália em 1965 nos estúdios de Paço de Arcos com o maestro inglês Norrie Paramor, mas nunca antes editados em disco. As gravações haviam sido pensadas para um álbum de standards americanos que nunca veria a luz do dia. O álbum atinge o 17º lugar do top oficial de vendas de álbuns. A 19 de Abril de 1985, Amália dá o seu primeiro grande concerto a solo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. O sucesso do Coliseu repete-se em Paris onde Amália é condecorada pelo Ministro da Cultura Jack Lang, com o mais alto grau da Ordem das Artes e das Letras. E de Paris de novo parte para o mundo. Em Julho é editado o duplo álbum O melhor de Amália – Estranha forma de vida, que reúne 24 dos mais populares e aclamados fados de Amália e atinge o 1º lugar do top de vendas, mantendo-se oito meses no top e vendendo para cima de 100 mil exemplares. Na sequência do êxito, é editado um segundo álbum compilação, O melhor de Amália volume II – Tudo isto é Fado, que ultrapassa as 50 mil cópias vendidas e atinge o 2º lugar do top. Em 1987, é editada a biografia oficial de Amália, Amália – Uma biografia, por Vítor Pavão dos Santos, director do Museu Nacional do Teatro, jornalista e talvez o maior admirador de Amália em território português. O primeiro CD de Amália é editado em Portugal: Sucessos, uma compilação concebida originalmente para o mercado internacional, e que apenas ficará em catálogo até se iniciar a transferência para CD dos vários álbuns de Amália. É também lançado neste ano, o triplo-álbum de luxo Coliseu 3 de Abril de 1987, que regista na íntegra o concerto de Amália no Coliseu de Lisboa naquela data. Obtém o Disco de Ouro e atinge o 13º lugar dos tops. Em 1989, comemorando os 50 anos de carreira de Amália, a EMI-Valentim de Carvalho edita Amália 50 anos, uma colecção de oito duplos-álbuns ou CD´s temáticos agrupando muitas das gravações de Amália para a companhia, entre os quais várias raridades e gravações inéditas. Em Portugal sobre o patrocínio do Presidente da Republica Mário Soares, de quem recebe a Ordem Militar de Santiago de Espada, as comemorações são um verdadeiro acontecimento a nível nacional. Festas, condecorações, exposições, tudo para Amália não é demais. Estas festividades, prolongam-se numa grande tournée mundial.-LISBOA, MADRID, PARIS, ROMA, TEL AVIV, MACAU,TOKIO, RIO DE JANEIRO, NOVA IORQUE. Também nesse ano é recebida pelo Papa, no Vaticano, em audiência privada. 1990 vê ser editado Obsessão, o primeiro álbum de material original e inédito de Amália em sete anos, composto por temas gravados durante o interregno. É editada, em 1991, a cassete de vídeo Amália live in New York City registo do concerto no Town Hall de Novembro de 1990. Recebe do presidente francês, Georges Miterrand, a Legião de Honra. Em 1992 é editado o CD Abbey Road 1952, que reúne a totalidade das primeiras gravações realizadas por Amália para a Valentim de Carvalho nos estúdios de Abbey Road em Londres. Em 1995, é editada pela primeira vez em CD a compilação Estranha forma de Vida – O melhor de Amália, e a RTP transmite, ao longo de uma semana, a séri documental Amália – uma estranha forma de vida, cinco episódios de uma hora dirigidos por Bruno de Almeida incluindo muitas imagens de arquivo provenientes dos cinco cantos do mundo e nunca antes exibidas em Portugal. Neste ano é ainda editado Pela primeira vez – Rio de Janeiro, CD que reúne as 16 gravações que Amália realizou no Rio de Janeiro em 1945 para a editora Continental. É a primeira edição oficial em CD destas gravações, há muitos anos indisponíveis em Portugal, restauradas digitalmente em Londres, nos estúdios de Abbey Road. Em 1997 é editado o seu ultimo álbum com gravações inéditas realizadas entre 1965 e 1975, O Segredo. Também em 1997 o falecimento do marido de Amália, César Seabra, após 36 anos de casamento. Amália publica um livro de poemas "Versos" na editora Cotovia. Nova homenagem nacional na Feira Mundial de Lisboa Expo98.Amália morre no dia 6/10/1999 em sua casa, na Rua de S. Bento, em Lisboa.