18.10.09

Pensamento do dia - 19 de Outubro de 2009

"Toda a ciência é física ou coleta de impressões." - Ernest Rutherford

Pensamento do dia - 18 de Outubro de 2009

"Todo actor é um sentimental. Do contrário não seria actor. A gente tem de ser um doido, um sentimental, um idealista. Se não for assim, não poderá ser um bom actor". - Grande Otelo (adaptado)

17.10.09

Um minuto de humor - Alentejanos na prisão

Na prisão estão dois Alentejanos. Diz um para o outro: - Olha lá é meio-dia ou meia-noite? Responde o outro:- Nã sei o mê relógio tá parado.

Pensamento do dia - 17 de Outubro de 2009

"Você especializa-se em alguma coisa até um dia descobrir que a coisa se especializou em si." - Arthur Miller (adaptado).

Pensamento do dia - 16 de Outubro de 2009

"Nosso critério não é o de escolher papéis, mas procurar peças que queiram dizer alguma coisa. Fazer teatro é um destino". - Fernanda Montenegro

15.10.09

Pensamento do dia - 15 de Outubro de 2009

"Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo". - Michel Foucault

Pensamento do dia - 14 de Outubro de 2009

Esforço-me para reunir o que há de divino em mim ao que há de Divino no Universo. - Plotino

12.10.09

Pensamento do dia - 13 de Outubro de 2009

"O casamento é um livro cujo primeiro capítulo é escrito em verso, e os demais, em prosa". - Beverley Nichols

Breves notas biográficas - Galileu Galilei

Galileu (1564-1642, foi um dos grandes protagonistas das mudanças do seu tempo. Não encontramos na sua obra uma filosofia sistemática, mas a sua vida, a sua obra no domínio da ciência e o seu método de pesquisa constituem uma referência fundamental na viragem da ciência medieval para a do mundo moderno. Galileu nasceu em Pisa. Seu pai, Vizenzo, era um reputado musicólogo e compositor, mandou-o para uma escola de jesuítas no Mosteiro de Vallombrosa (Florença). Estudou depois medicina na Universidade de Pisa, aproveitando para aprofundar a observação dos fenómenos da natureza e estudar os textos dos grandes autores clássicos, como os de Arquimédes (séc.III a.C). No segundo ano do curso, que não concluiu, descobriu que um pêndulo oscila com uma frequência constante (lei do isocronismos das pequenas oscilações). Quando regressou à casa materna, prossegue os seus estudos e inventa uma balança hidrostática. A sua vasta cultura matemática proporcionou-lhe a admiração dos matemáticos do tempo. Em 1589 é-lhe confiada a cadeira de matemática na Universidade de Pisa, e três anos depois a de Pádua. Nesta Universidade estuda o movimento dos corpos em queda, utilizando planos inclinados. Desenvolve as primeiras ideias sobre o princípio da inércia. Em 1609, em Veneza, descobre o telescópio, que não tarda em aperfeiçoar e utilizar nas suas investigações dos astros. No ano seguinte publica "O Mensageiro das Estrelas", onde descreve a lua, concluindo que a mesma é idêntica á terra e não diferente como afirmava a teoria ptolemaica. Revela a existência de 4 satélites em volta de Júpiter, os anéis de Saturno e a proliferação de estrelas na Via Láctea. A partir de 1610 torna-se matemático e engenheiro do Duque de Florença, trabalhando na manutenção do Palácio e nos mecanismos dos seus jardins. Ao mesmo tempo prossegue as suas investigações que confirmam a hipótese heliocêntrica de Copérnico. Em 1611 publica um inovador trabalho sobre hidrostática "Coisas que Flutuam na Água". Dois anos depois revela a existência das manchas solares, na sua obra "História das Manchas e Acidentes do Sol". Em 1632 publica a obra "Diálogo Sobre os Dois Máximos Sistema do Mundo: o Ptolemaico e o Coperniciano" onde refuta a concepção aristotélica-ptolomaica do cosmos. A Igreja acabou por o condenar à prisão perpétua, mas foi depois absolvido depois de negar em publico as suas afirmações sobre o movimento da terra. Nos quatro anos seguintes, escreve outra das suas importantes obras: Diálogos Sobre as Duas Novas Ciências.

Pensamento do dia - 12 de Outubro de 2009

"Podemos encontrar inúmeros conceitos e perfis de líderes actuais, e acredito que todos devam ser respeitados. Mas para mim, o verdadeiro líder continua a ser aquele que consegue despertar nos outros o desejo de serem influenciados por ele." - Roberto Shinyashiki

11.10.09

Breves notas biográficas - Mariah Carey

Mariah Carey (Long Island, 27 de março de 1970) é uma cantora, compositora, produtora musical e actriz dos norte-americana. Fez sua estreia no mundo da música em 1990. Vencedora de cinco prémios Grammy, ela é considerada a artista de maior sucesso da década de 1990 de acordo com a Revista Billboard, e considerada uma das maiores vocalistas femininas da música contemporânea, tendo recebido os prémios Billboard Music Award de Artista da Década em 1999 e World Music Awards de Artista Feminina Mais Vendida do Milénio em 2000, com mais de 200 milhões de discos vendidos no mundo, sendo 62,5 milhões só nos EUA e aproximadamente 72,5 milhões de singles de acordo com a RIAA, totalizando mais de 270 milhões de CDs e singles vendidos mundialmente. Mariah Carey é elogiada pela crítica especializada por suas excepcionais habilidades vocais. Em toda a sua carreira, Mariah já recebeu mais de 200 prémios. Recentemente, Mariah foi incorporada na selecta lista dos "100 melhores cantores de todos os tempos", realizada pela revista Rolling Stone, ocupando a 79ª posição, sendo a artista melhor colocada da actualidade.

Pensamento do dia - 11 de Outubro de 2009

"O único homem que jamais erra é aquele que nunca faz nada." - Eleanor Roosevelt

10.10.09

"Amália" O Filme

Caro leitor, celebrou-se esta semana o 10º aniversario da morte da Rainha do Fado e da mulher que mais influência teve no que toca a mostrar a Língua Portuguesa ao mundo. Deixo aqui uma breve nota para que assista ao filme que retrata a vida de Amália Rodrigues um filme de VALENTIM DE CARVALHO e uma co-produção RTP

Amália Hoje - Gaivota

Se uma gaivota viesse

trazer-me o céu de Lisboa

no desenho que fizesse,

nesse céu onde o olhar

é uma asa que não voa,

esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração

no meu peito bateria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde cabia

perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,

dos sete mares andarilho,

fosse quem sabe o primeiro

a contar-me o que inventasse,

se um olhar de novo brilho

no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração

no meu peito bateria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde cabia

perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida

as aves todas do céu,

me dessem na despedida

o teu olhar derradeiro,

esse olhar que era só teu,

amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração

no meu peito morreria,

meu amor na tua mão,

nessa mão onde perfeito

bateu o meu coração.

Letra de Amália Rodrigues

Esclarecimento de Dúvidas (AVC)

Devido a um leitor ter colocado a dúvida o que é um AVC, como o esclarecimento de dúvidas faz sempre é nunca deixar os seus leitores sem resposta.
Um AVC, ou seja Acidente Vascular Cerebral, também conhecido como derrame (cerebral), caracteriza-se pela perda rápida da função neurológica, decorrente do entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. É uma doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia(falta de suprimento sanguíneo para um tecido orgânico) ou hemorragia (escoamento de sangue).
Como se pode identificar um AVC?
Um AVC é possivel detectar devido a alguns sinais que o corpo nos transmita, por exemplo pedir ao doente que coloque a lingua de fora, pois esta se tiver torta estará a ocorrer um acidente vascular cerebral; normalmente ocorre a perda súbita de força nos braços, na cabeça, nas pernas, ...; dificuldade em falar e em equilibra-se; cefaleia intensa sem causa aparente etc.
Há um método que permite ás pessoas detectar sem precisar ter conhecimento de toda a sintomatologia.
Isto é, os passos STR:
S - Peça um Sorriso ao doente (Se só mover a sua face para um dos lados, pode estar a ter um AVC ou princípio de um);
T - Peça uma frase simples (Talk), por exemplo: Hoje está um dia lindo! (Senão disser a frase é sinal que está a ocorrer um derrame);
R - Peça que levante os dois braços (raise) (caso demonstre que não consegue levar um ou os dois, é necessário logo chamar uma equipa de socorro)...
Caso encontre alguem com esta sintomatologia aqui descrita ou outra aqui não mencionada por favor contacta a linha de emergência - 112.
Aqui estão mencionados alguns dos sintomas, não estão todos, cada doente poderá reagir de forma diferente.
Com os melhores cumprimentos,
Tiago Sousa

Pensamento do dia - 10 de Outubro de 2009

"A história da humanidade é a história das idéias". - Ludwig von Mises

9.10.09

Um minuto de humor - O Ventriloquo

Um jovem ventriloquo estava a fazer um espectáculo num bar duma cidade do interior. Estava a exibir o seu repertório habitual sobre a burrice das loiras, quando uma loiraça sentada na quarta mesa levantou-se e disse:- Já ouvi o suficiente das suas piadas denegrindo as loiras, seu idiota.O que e que lhe faz pensar que pode estereotipar as mulheres dessa maneira? O que é que tem a ver os atributos fisicos de uma pessoa com o seu valor como ser humano? Sao homens como você que impedem que mulheres como eu sejam respeitadas no trabalho e na comunidade, que nos impedem de alcançar o pleno potêncial como pessoa. Por sua causa e por causa das pessoas da sua laia perpétua-se a discriminação não só contra as loiras, mas contra as mulheres em geral...tudo em nome do humor!!!- Confuso, o ventriloquo começa a desculpar-se, e a loira, em tom esganiçado, diz:-O senhor não se meta. Estou a falar com esse rapazinho que está sentado ao seu colo!!!

O adolescente e os outros - O ser adolescente!

Esta coisa de ser adolescente..... Esta coisa a que chamam adolescência é tão sómente uma pequena grande transição do pequeno para o adulto, daquele a quem nada é imputavel para o que tem todas as responsabilidades.Será que ter 17 anos é assim tão diferente do que ter 18? e as reponsabilidades acrescidas são a duplicar ,no minimo.Adolescentes ,não queiram sair dessa vossa adolescência muito depressa ,mas também não fiquem nela toda a vida.Como tudo o bom senso tem que ser rei.Só vos deixo esta certeza,de quem sabe e ainda não se esqueceu dessa fase ,vivam-na plenamente,mas sem deixarem marcas que estraguem o resto das vossas vidas.Quem me conhece sabe que me recuso a ser uma "cota cristalizada",VIVAM ,não passem pela vida.

MVB

=»Publicado por Dra. Marília Vilas Boas

8.10.09

Pensamento do dia - 9 de Outubro de 2009

"Você pode dizer que sou um sonhador; mas não sou o único; espero que um dia você se junte a nós, e o mundo será como um só." - John Lennon

Pensamento do dia - 8 de Outubro de 2009

"O início do conhecimento é a descoberta de qualquer coisa que não entendemos." - Frank Herbert

6.10.09

Pensamento do dia - 7 de Outubro de 2009

"Se o mal-estar precedesse a embriaguez, nós nos guardaríamos de beber em excesso. Mas o prazer, para enganar-nos, vai na frente e nos oculta seu séquito". - Michel de Montaigne

Pensamento do dia - 6 de Outubro de 2009

“O poder não corrompe o homem; é o homem que corrompe o poder. O homem é o grande poluidor, da natureza, do próprio homem, do poder. Se o poder fosse corruptor, seria maldito e proscrito, o que acarretaria a anarquia”. - Ulysses Guimarães

5.10.09

Especial 5 de Outubro de 1910

A Proclamação da República Portuguesa foi o resultado da Revolução de 5 de Outubro de 1910 que naquela data pôs termo à monarquia em Portugal.
O movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910 deu-se em natural sequência da acção doutrinária e política que, desde a criação do Partido Republicano, em 1876, vinha sendo desenvolvida por este partido, cujo objectivo primário cedo foi o da simples substituição do regime. Ao fazer depender o renascimento nacional do fim da monarquia o Partido Republicano punha a questão do regime acima de qualquer outra. Ao canalizar toda a sua acção política para esse objectivo o partido simplificava grandemente o seu fim último, pois obtinha ao mesmo tempo três resultados: demarcava-se do Partido Socialista, que defendia a colaboração com o regime em troca de regalias para a classe operária; polarizava em torno de si a simpatia de todos os descontentes; e adquiria uma maior coesão interna, esbatendo quaisquer divergências ideológicas entre os seus membros. Por isto, as divergências dentro do partido residiam mais em questões de estratégia política do que de ideologia. O rumo ideológico do republicanismo português já fora traçado muito antes, com as obras de José Félix Henriques Nogueira, e pouco se foi alterando ao longo dos anos, excepto em termos de adaptação posterior às realidades do país. Para isso contribuíram as obras de Teófilo Braga, que tentou concretizar as idéias descentralizadoras e federalistas, abandonando o carácter socialista em prol dos aspectos democráticos. Esta mudança visava também não antagonizar a pequena e média burguesia, que se tornaria uma das principais bases de militância republicana. No entanto, o abandono dos interesses do proletariado acabaria por trazer muitos dissabores e dificuldades á Primeira República Portuguesa. Esta operação tinha também como finalidade fazer do derrube da monarquia uma mística messiânica, unificadora, nacional e acima de classes. Esta panacéia que deveria curar de uma vez todos os males da Nação, reconduzindo-a à glória, foi acentuando cada vez mais duas vertentes fundamentais: o nacionalismo e o colonialismo. Desta combinação resultou o abandono do Iberismo patente nas primeiras teses republicanas de José Félix Henriques Nogueira, identificando-se monárquicos e monarquia com antipatriotismo e cedência aos interesses estrangeiros. Outro componente muito forte da ideologia republicana era o anticlericalismo, devido à teorização de Teófilo Braga, que identificou religião com atraso científico e força de oposição ao progresso, em oposição aos republicanos, vanguarda identificada com ciência e progresso. Também este dissociar dos sectores mais conservadores da população viria a ser um grave entrave à República. As questões ideológicas não eram portanto fundamentais na estratégia dos republicanos: para a maioria dos seus simpatizantes, que nem sequer conheciam os textos dos principais manifestos, bastava ser contra a monarquia, contra a Igreja e contra a corrupção política dos partidos tradicionais. Esta falta de preocupação ideológica não quer dizer que o partido não se preocupasse com a divulgação dos seus princípios. Em Outubro de 1910 existiam 167 associações de caracteres vários filiadas no PRP. A acção mais divulgadora, no entanto, era a propaganda feita através dos seus jornais e na organização de manifestações populares, comícios, etc. A propaganda republicana foi sabendo tirar partido de alguns factos históricos de repercussão popular: as comemorações do terceiro centenário da morte de Camões, em 1880, e o Ultimatum inglês, em 1890, fora aproveitados pelos defensores das doutrinas republicanas que se identificaram com os sentimentos nacionais e aspirações populares. O terceiro centenário da morte de Camões, foi comemorado com actos significativos — como o cortejo cívico que percorreu as ruas de Lisboa, no meio de grande entusiasmo popular e, também, a transladação dos restos mortais de Camões e Vasco da Gama para o Panteão Nacional. As luminárias e o ar de festa nacional que caracterizaram essas comemorações complementaram esse quadro de exaltação patriótica. Partira a ideia das comemorações camoneanas da Sociedade de Geografia de Lisboa, mas a execução coube a uma comissão de representantes da Imprensa de Lisboa, constituída pelo Visconde de Jorumenha, por Teófilo Braga, Ramalho Ortigão, Batalha Reis, Magalhães Lima e Pinheiro Chagas. E o Partido Republicano, ao qual pertenciam as figuras mais representativas da Comissão Executiva das comemorações do tricentenário camoneano, ganhou grande popularidade. Mesmo toda esta visibilidade era considerada insuficiente pelo sector mais revolucionário do partido, que defendia a luta armada para tomar o poder a curto prazo. Foi esta facção que saiu vitoriosa do Congresso do Partido em Setúbal em Abril de 1909. O novo directório, composto pelos nomes menos radicais (Teófilo Braga, Basílio Teles, Eusébio Leão, Cupertino Ribeiro e José Relvas) recebeu do congresso o mandato imperativo de fazer a revolução. Os nomes mais radicais ficaram encarregues das funções logísticas na preparação da revolução. O comité civil era formado por Afonso Costa, João Chagas e António José de Almeida. À frente do comité militar ficou o almirante Cândido dos Reis. António José de Almeida ficou encarregue da organização das sociedades secretas, como a Carbonária, em cuja chefia se integrava o comissário naval António Maria Machado Santos, a Maçonaria, embora esta independente dos órgãos do partido, e “Junta Liberal”, dirigida pelo Dr. Miguel Bombarda. A este eminente médico se ficou a dever uma importante acção de propaganda republicana sobre o meio burguês, que produziu muitos simpatizantes. As forças armadas foram outro campo de recrutamento para os ideais republicanos, inevitável dada a orientação revolucionária escolhida. Embora já existisse um núcleo republicano, quando em 1909 se começou a preparar a revolução a curto prazo, havia falta de oficias no movimento. Esta falta foi suprida por acção conjunta da Maçonaria, do almirante Cândido dos Reis no Comité Militar Republicano (que recrutou a maior parte dos oficiais) e de Machado dos Santos na Carbonária. O período entre o congresso e a eclosão da revolução foi muito instável, com várias ameaças de sublevação e grande agitação social, e a revolução várias vezes esteve em risco devido à impaciência do pessoal da marinha, chefiado por Machado Santos, que estava disposto a todos os riscos. Apesar de toda a agitação republicana o governo pouco se preparou, mesmo com a consciência de que o perigo era bem real. A rainha D.ª Amélia teve consciência do largo apoio que os republicanos congregavam: “As suas demonstrações de força nas ruas de Lisboa – por exemplo, a de 2 de Agosto de 1909, que reuniu cinquenta mil pessoas, numa disciplina impressionante – fazem eco aos tumultos organizados na Assembleia por alguns deputados republicanos. Foi na noite desse dia 2 de Agosto que compreendi que a coroa estava em jogo: quando o rei, com razão ou sem ela, é contestado ou rejeitado por uma parte da opinião, deixa de conseguir cumprir o seu papel unificador.”
A revolta A 5 de Outubro de 1910 estalou a revolta republicana que já se avizinhava no contexto da instabilidade política. Embora muitos envolvidos se tenham esquivado à participação — chegando mesmo a parecer que a revolta tinha falhado — esta acabou por suceder graças à incapacidade de resposta do Governo, que não conseguiu reunir tropas que dominassem os cerca de duzentos revolucionários que na Rotunda resistiam de armas na mão. Dia 4 de Outubro, movimentos dos revolucionários No verão de 1910 Lisboa fervilhava de boatos e várias vezes foi o Presidente do Conselho de Ministros (o Primeiro Ministro) Teixeira de Sousa, avisado de golpes eminentes. A revolução não foi excepção: o golpe era esperado pelo governo, que a 3 de Outubro deu ordem para que todas as tropas da guarnição da cidade ficassem de prevenção. Após o jantar oferecido em honra de D. Manuel II pelo presidente brasileiro Hermes da Fonseca, então em visita de estado a Portugal, o monarca recolheu-se ao Paço das Necessidades enquanto seu tio e herdeiro jurado da coroa, o infante D. Afonso, seguia para a Cidadela de Cascais, pois o perigo eminente não aconselhava que estivessem os dois na mesma localização. Duas notícias precipitaram a revolução: o assassinato de Miguel Bombarda, baleado por um dos seus pacientes, e a informação de que os navios fundeados no Tejo iriam sair a dia 4. Os chefes republicanos reuniram-se de urgência na noite de dia 3. Alguns oficiais foram contra, dada a prevenção das forças militares, mas o Almirante Cândido dos Reis insistiu para que se continuasse, sendo-lhe atribuída a frase: “A Revolução não será adiada: sigam-me, se quiserem. Havendo um só que cumpra o seu dever, esse único serei eu.” .” Machado dos Santos já havia passado à acção e nem esteve na reunião. Este dirigiu-se ao aquartelamento do Regimento de Infantaria 16, onde um cabo revolucionário provocara o levantamento da maior parte da guarnição: um comandante e um capitão que se tentaram opôr foram mortos a tiro. Entrando no quartel com umas dezenas de carbonários, o comissário naval seguiu depois com cerca de 100 praças para o regimento de Artilharia 1, onde o capitão Afonso Palla e alguns sargentos, introduzindo alguns civis no quartel, já haviam tomado a secretaria, prendendo os oficiais que se recusaram a aderir. Com a chegada de Machado Santos formaram-se duas colunas, que ficaram sob o comando dos capitães Sá Cardoso e Palla. O primeiro marchou de encontro aos regimentos Infantaria 2 e Caçadores 2, que deviam também estar sublevados, para seguir para Alcântara onde deveriam apoiar o quartel de marinheiros. No caminho, cruzou-se com um destacamento da Guarda municipal pelo que procuraram outro caminho. Depois de alguns confrontos com a polícia e civis a coluna encontrou-se com a coluna comandada por Palla e avançaram para a Rotunda, onde se entrincheiraram cerca das 5 horas da manhã. Compunha-se a força aí estacionada de 200 a 300 praças do Regimento de Artilharia 1, 50 a 60 praças de Infantaria 16 e cerca de 200 populares. Os capitães Sá Cardoso e Palla e o comissário naval Machado dos Santos, estavam entre os 9 oficiais no comando. Entretanto, o Tenente Ladislau Parreira e alguns oficias e civis introduziram-se no Quartel do Corpo de Marinheiros de Alcântara a uma hora da madrugada e conseguiram armar-se, sublevar a guarnição e aprisionar os comandantes, tendo um destes ficado ferido. Pretendia-se com esta acção impedir a saída do esquadrão de cavalaria da Guarda Municipal, o que foi conseguido. Para isto era necessário no entanto o apoio, em armas e homens, dos 3 navios de guerra âncorados no Tejo. Nestes o Tenente Mendes Cabeçadas havia tomado o comando da tripulação sublevada do “Adamastor”, enquanto a tripulação revoltada do “São Rafael” esperava um oficial para a comandar. Pelas 7 da manhã Ladislau Parreira, sendo informado por populares da situação, despachou o segundo-tenente Tito de Morais para tomar o comando do “São Rafael”, com ordens para que ambos os navios reforçassem a guarnição do quartel. Quando se soube que no “D. Carlos I” a tripulação se encontrava sublevada mas os oficiais se haviam entrincheirado, saíram do “São Rafael” o tenente Carlos da Maia com alguns marinheiros e civis. Após algum tiroteio, de que resultaram feridos o comandante do navio e um tenente, os oficiais renderam-se ficando o “D. Carlos I” na mão dos republicanos. Foi a última unidade a juntar-se aos revoltosos que contava assim com parte do regimento de Artilharia 16 e de Artilharia 1, o Corpo de marinheiros e os três navios citados. A marinha aderira em massa como esperado, mas muitos dos quartéis considerados simpatizantes não. Assim, os republicanos, somavam cerca de 400 homens na Rotunda, mas cerca de 1000 a 1500 em Alcântara, contando com as tripulações dos navios, além de se terem conseguido apoderar da Artilharia da cidade, com a maioria das munições, ao que juntava a artilharia dos navios. Estavam ocupadas a Rotunda e Alcântara, mas a revolução ainda não estava decidida e os principais dirigentes ainda não haviam aparecido. Mesmo assim a princípio os acontecimentos não decorreram a favor dos revoltosos. O sinal de três tiros de canhão que deveria ser o aviso para civis e militares avançarem não resultou. Apenas um tiro foi ouvido e o Almirante Cândido dos Reis, que esperava o sinal para tomar o comando dos navios e informado por oficiais que tudo falhara, retirou-se para casa da irmã. Ao amanhecer seria encontrado morto numa azinhaga em Arroios. Desesperado suicidara-se com um tiro na cabeça. Entretanto, na Rotunda, o aparente sossego da cidade desalentava de tal maneira os revoltosos que os oficiais acharam melhor desistir. Sá Cardoso, Palla e os outros oficiais retiraram-se para suas casas, mas Machado dos Santos ficou e assumiu o comando. Esta decisão seria fundamental para o sucesso da revolução. Dia 4 de Outubro, as forças do governo A guarnição militar de Lisboa era constituída por quatro regimentos de infantaria, dois de cavalaria e dois batalhões de caçadores, com um total teórico de 6.982 efectivos. Mas na prática, com os destacamentos militares colocados em funções de vigia e policiamento, nomeadamente nas fábricas do Barreiro devido ao surto grevista e à agitação sindicalista que se verificava desde Setembro, esse número estava reduzido a cerca de 3000. A estes devem juntar-se ainda cerca de 3.000 efectivos policiais. No entanto a eficiência destes era reduzida, não só pela presença entre os seus números de uma quantidade desconhecida de simpatizantes republicanos, como pelo facto de a maioria dos praças não ter mais do que um ano de preparação militar dado o recente licenciamento. Já desde o ano anterior que as forças governamentais dispunham de um plano de acção, elaborado por ordem do comandante militar de Lisboa, General Manuel Rafael Gorjão Henriques. Quando no fim da tarde de dia 3 o presidente do Conselho (Primeiro Ministro) Teixeira de Sousa o informou da eminência da revolução, foi logo dada ordem de prevenção às guarnições na cidade e chamadas de Santarém as unidades Artilharia 3 e Caçadores 6, e de Tomar Infantaria 15. Assim que houve notícia do começo da revolta o plano foi posto em acção: os regimentos de Infantaria 1, Infantaria 2, Caçadores 2 e Cavalaria 2, mais a Bateria de Queluz, seguiram para o Paço das Necessidades para proteger a pessoa do Rei, enquanto Infantaria 5 e Caçadores 5 marcharam para o Rossio, com a missão de proteger o Quartel General. Ao primeiro grupo juntar-se-ia uma companhia e um esquadrão da guarda municipal e ao segundo o Regimento de Cavalaria 4, muito desfalcado pelas deserções ocorridas aquando de uma escaramuça em Alcântara. Quanto às forças policiais a guarda Municipal foi, de acordo com o plano, distribuída pela cidade para proteger pontos estratégicos como a estação de Rossio, a Fábrica de Gás, a Casa da Moeda, a estação dos Correios no Rossio, o seu quartel no Carmo, o depósito de munições de Beirolas e a casa do Presidente do Conselho enquanto lá esteve reunido o governo. Da guarda fiscal (total de 1.397 efectivos) há poucas informações, apenas que alguns soldados estiveram com as tropas no Rossio. A Polícia Civil (total de efectivos 1.200) ficou nas esquadras. Esta inacção retira portanto cerca de 2.600 efectivos às forças do governo. Dia 4 de Outubro, combates Os factos combinados de que do lado monárquico terem alinhado algumas unidades cujas simpatias estavam com os republicanos (de tal maneira que estes esperavam que se tivessem também sublevado) e do lado dos revoltosos o plano original de acção havia sido abandonado pelo entrincheiramento na Rotunda e em Alcântara, levou a que durante todo o dia 4 a situação se mantivesse num impasse, correndo pela cidade os mais variados boatos acerca de vitórias e derrotas. No final a maior parte da movimentação militar coube à Bateria Móvel de Queluz. Assim que se teve notícia da concentração de revoltosos na Rotunda o comando militar da cidade organizou uma destacamento para a atacar. Formavam essa coluna, sob o comando do coronel Alfredo Albuquerque, unidades retiradas da protecção do Palácio das Necessidades: Infantaria 2, Cavalaria 2 e a bateria móvel de Queluz. Desta última fazia parte o herói das guerras coloniais, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro, que não fora avisado com antecedência e só por volta das das onze da manhã se juntou à sua unidade, em Sete Rios. A coluna continuou a avançar até perto da Penitenciária onde assumiu posições de combate. Antes de estas estarem concluídas, no entanto, foram atacados por revoltosos. O ataque foi repelido mas a custo de alguns feridos, vários animais de carga mortos e da debandada de cerca de metade da infantaria. Paiva Couceiro respondeu ao fogo com os canhões e a infantaria que restava, cerca de 50 homens, durante três quartos de hora até que lhe pareceu que o inimigo vacilava. Ordenou então um ataque que foi levado a cabo por cerca de 30 soldados, mas que foi repelido com algumas baixas. Continuando com o fogo durante mais algum tempo, ordenou novo ataque mas os soldados hesitaram e apenas conseguiu que cerca de 20 praças o acompanhassem. Achando ter chegado o momento ideal para o assalto ao quartel de Artilharia 1, Paiva Couceiro pediu reforços ao comando da divisão apenas para receber a desconcertante ordem, do general Carvalhal, para retirar para Sete Rios ao que obedeceu. Entretanto havia-se formado uma coluna com o propósito de atacar simultaneamente os revoltosos na Rotunda. Tal não só não ocorreu como foi dada a Paiva Couceiro a ordem de retirar e a coluna chegou ao Rossio, ao fim da tarde, sem sequer ter combatido. Tal inacção não se deveu a qualquer incompetência do seu comandante, o general António Carvalhal, pois como ficou provado no dia seguinte ao ser nomeado chefe da Divisão Militar pelo governo republicano, as suas lealdades eram outras. Os reforços da província, esperados pelo governo ao longo de todo o dia 4, nunca chegaram. Apenas as unidades já mencionadas e chamadas aquando das medidas preventivas é que receberam as ordens de marcha. Desde o início da revolução que os carbonários tinham desligado os fios telegráficos impedindo assim as mensagens de chegarem às unidades da província. Além disso, na posse de informação acerca das unidades alertadas, os revolucionários tinham cortado as linhas férreas pelo que, obrigadas a marchar, estas nunca chegariam a tempo. Da margem Sul, mais próxima, também era impossível a chegada de reforços visto que os navios revoltosos dominavam o rio. Ao final do dia a situação era dificil para as forças monárquicas: os navios sublevados tinham estacionado junto ao terreiro do Paco e o “São Rafael” fez fogo sobre os edificios dos ministérios, perante o olhar atónito do corpo diplomático brasileiro, a bordo do couraçado “São Paulo” no qual viajava o Presidente Hermes da Fonseca. Este bombardeamento minou o moral das forças no Rossio, que se julgavam entre dois fogos, nomeadamente Rotunda e Alcântara. Dia 4 de Outubro, o Rei Como mencionado, depois do banquete com Hermes da Fonseca D. Manuel II regressara ao Paço das Necessidades, mas não se deitou dada a gravidade dos acontecimentos que se previam, ficando na companhia de alguns oficiais. Jogavam Bridge quando as primeiras canhonadas confirmaram o que temiam. O rei tentou telefonar mas encontrou linha cortada conseguindo apenas informar a rainha Mãe, no palácio da Pena, acerca da situação. Pouco depois chegaram as unidades já mencionadas, que conseguem repelir os ataques dos revolucionários embora as balas atinjissem as janelas. Cerca das nove horas o rei recebeu um telefonema do Presidente do Conselho, aconselhando-o a procurar refúgio em Mafra ou Sintra, dado que os revoltosos ameaçavam bombardear o Paço das Necessidades. D. Manuel II recusou-se a partir dizendo no entanto aos presentes: “Vão vocês se quiserem, eu fico. Desde que a constituição não me marca outro papel senão o de me deixar matar, cumpri-lo-ei.” Com a chegada da bateria móvel de Queluz, as peças foram dispostas nos jardins do palácio de forma a poderem bombardear o revoltado quartel dos marinheiros, que ficava a escassos 100 metros do Paço. No entanto, antes de poder começar, o comandante da bateria recebeu ordem de cancelar o bombardeamento e juntar-se às forças que saiam do paço, integradas na coluna que iria atacar os revoltosos na Artilharia 1 e na Rotunda. Cerca do meio dia os cruzadores “Adamastor” e “São Rafael”, que desde há uma hora haviam fundeado em frente ao quartel dos marinheiros, começaram a bombardear o Palácio das Necessidades, o que desmoralizou as forças monárquicas aí presentes. O Rei refugiou-se numa pequena casa no parque do palácio de onde conseguiu telefonar a Teixeira de Sousa, pois os revolucionários apenas haviam cortado as linhas de telefone especiais do estado mas não as da rede geral. Ordenou ao primeiro-ministro que mandasse para as Necessidades a Bateria de Queluz par impedir o desembarque dos marinheiros mas este retorquiu-lhe que a acção principal se passava na Rotunda e que todas as tropas eram aí necessárias. Tendo em conta que as tropas disponíveis não eram suficientes para cercar os revoltosos na Rotunda, o ministro fez ver ao Rei a conveniência de se retirar para Sintra ou Mafra de forma a libertar as forças estacionadas no Paço para sua protecção e que eram necessárias na Rotunda. Alguns testemunhos afirmam que D. Manuel II chegou a ponderar vestir o uniforme e marchar com as tropas que estavam nas Necessidades rumo a Lisboa mas que foi disso dissuadido pelos oficiais presentes e pelos pedidos de sua mãe, receosa de perder o último filho que lhe restava. Optou então por seguir para Mafra onde a Escola Prática de Infantaria disporia de força suficiente para proteger o soberano. Às duas da tarde as viaturas com o D. Manuel II e seus assessores partiram do Palácio, escoltados por um esquadrão da Guarda Municipal, que logo ao ínicio da Estrada de Benfica o Rei libertou para que viessem ajudar os seus companheiros a lutar contra os revolucionários. A comitiva chegou sem problemas a Mafra cerca das quatro da tarde mas aí depararam com um problema: devido às férias não se encontravam na Escola Prática de Infantaria mais do que 100 praças, ao invés das 800 que seria de esperar e o comandante, coronel Pinto da Rocha, afirmou não dispôr de meios para proteger o rei. Entretanto chegou de Lisboa o Conselheiro João de Azevedo Coutinho, que aconselhou o rei a preparar-se para seguir para o Norte e seguir para o Porto para organizar a resistência. Aconselhava também a chamar a Mafra as rainhas D.Amélia e D.Maria Pia (respectivamente a mãe e a avó do rei) que estavam nos Palácios da Pena e da Vila, em Sintra. Estas chegaram de facto ao fim da tarde. D.Amélia trazia um decreto que o governo lhe havia feito chegar às mãos para que o rei assinasse. Era um decreto de Suspensão das Garantias, que D. Manuel II assinou mas por essa altura já era demasiado tarde. Em Lisboa a saída do rei não trouxera grandes vantagens pois as tropas assim libertas, apesar de receberem repetidas ordens do Quartel General para marcharem para o Rossio por onde pudessem, para impedirem a concentração de artilharia revoltosa em Alcântara, desobedeceram. Esta inactividade deveu-se às predominantes simpatias republicanas dessas unidades, especialmente entre os oficiais. É de notar que mesmo os oficiais tendencialmente monárquicos não estavam muito inclinados a participar activamente. Se a República ganhasse pareceria que se tinham esforçado demais pelo regime deposto; se a monarquia ganhasse, seriam crucificados pela imprensa republicana como sanguinários. Dia 5 de Outubro, a inesperada resolução À noite o moral encontrava-se baixo entre as tropas monárquicas estacionadas no Rossio, devido ao perigo constante de serem bombardeadas pelas forças navais e nem as baterias de Couceiro, aí colocadas estrategicamente, traziam conforto. No quartel general discutia-se a melhor posição para bombardear a Rotunda. Às três da manhã Paiva Couceiro partiu com a Bateria Móvel, escoltado por um esquadrão da Guarda Municipal, e instalou-se no Jardim de Castro Guimarães, no Tourel, aguardando a madrugada. Quando as forças da Rotunda começaram a disparar sobre o Rossio, revelando a sua posição, Paiva Couceiro abriu fogo provocando baixas e semeando a confusão entre os revoltosos. O bombardeamento prosseguiu com vantagem para os monárquicos, mas às oito da manhã Paiva Couceiro recebeu ordem para cessar fogo pois iria haver um armistício de uma hora. Entretanto no Rossio, depois de Paiva Couceiro ter saído com a Bateria, o moral das tropas monárquicas, que se julgavam desamparadas, piorou devido às ameaças de bombardeamento por parte das forças navais. Infantaria 5 e alguns elementos de Caçadores 5 garantiram que não se oporiam ao desembarque de marinheiros. Face a esta confraternização com o inimigo os comandantes destas formações dirigiram-se então ao quartel general onde foram surpreendidos pela notícia do armistício. O novo representante alemão, chegado na antevéspera, instalara-se no Avenida Palace, lugar de residência de muitos outros estrangeiros. A proximidade do edifício da zona dos combates não o poupou a estragos. Perante este perigo o diplomata tomou a resolução de intervir. Dirigiu-se ao quartel general e pediu ao general Gorjão Henriques um cessar fogo que lhe permitisse evacuar os cidadãos estrangeiros. Sem comunicar ao governo e talvez na esperança de ganhar tempo para a chegada dos reforços da província, o general acede. O diplomata alemão, acompanhado de um ordenança com a bandeira branca, dirige-se à Rotunda para acertar o armistício com os revoltosos. Mas eis que estes, vendo a bandeira branca, julgaram que a força opositora se rendia, pelo que saem entusiasticamente das fileiras e juntam-se ao povo, que sai das ruas laterais e se junta numa grande aglomeração gritando “vivas” à República. Na Rotunda Machado Santos a principio não aceita o armistício, mas perante os protestos do diplomata acede. De seguida e vendo o maciço apoio popular à revolta nas ruas, temerariamente dirige-se ao quartel general, acompanhado de muitos populares (aos quais se haveriam de juntar os oficiais que abandonaram as posições na Rotunda). A situação no Rossio, com a saída dos populares à rua era muito confusa, mas favorável aos republicanos dado o evidente apoio popular. Machado Santos confronta o general Gorjão Henriques com o facto consumado e convida-o a manter-se no comando da divisão mas este recusa. Machado Santos entrega assim o comando ao general António Carvalhal que sabia ser republicano. Pouco depois era proclamada a República por José Relvas, na varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa, após o que foi nomeado um Governo Provisório, presidido por membros do partido Republicano, com o fito de governar a Nação até que fosse aprovada uma nova Lei Fundamental. Em Mafra, de manhã, o Rei procurava um modo de chegar ao Porto, acção muito difícil de levar a cabo por terra dada a quase inexistência de uma escolta e os inúmeros núcleos de revolucionários espalhados pelo país. Cerca do meio-dia era entregue ao presidente da câmara de Mafra a comunicação do novo governador civil, ordenando que se alvorasse a bandeira republicana. Pouco depois o comandante da escola Prática de Infantaria recebe também um telegrama do seu novo comandante informando-o da nova situação política. A posição da família Real tornava-se precária. A solução aparece quando chega a notícia de que o iate real “Amélia” fundeara ali perto na Ericeira. Às duas da manhã o iate havia recolhido da cidadela de Cascais o tio e herdeiro do Rei, D. Afonso, e sabendo o Rei em Mafra, havia rumado à Ericeira por ser o âncoradouro mais próximo. Tendo a confirmação da proclamação da República e o perigo próximo da sua prisão, D. Manuel II decide embarcar com vista a dirigir-se ao Porto. A família real e alguns acompanhantes dirigiram-se à Ericeira de onde, por meio de dois barcos de pesca e perante os olhares curiosos dos populares embarcaram no iate real. Uma vez a bordo o rei escreveu ao primeiro-ministro: “ Meu caro Teixeira de Sousa. – Forçado pelas circunstâncias vejo-me obrigado a embarcar no yatch real “Amélia”. Sou português e sê-lo-ei sempre. Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu País. Espero que ele, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer! Viva Portugal! Dê a esta carta a publicidade que puder. Sempre mº afectuosamente – Manuel R. – yatch real “Amélia” – 5 de Outubro de 1910.” Depois de garantir que a carta chegaria ao seu destino o rei fez saber que queria ir para o Porto. Reuniu-se um conselho com o soberano, os oficiais e parte da comitiva. O comandante João Agnelo Velez Caldeira Castelo Branco e o imediato João Jorge Moreira de Sá opuseram-se à opinião do soberano, alegando que se o Porto não os recebesse o navio difícilmente teria combustível para chegar a outro âncoradouro. Perante a insistência de D. Manuel II o imediato argumentou que levavam a bordo toda a família real pelo que era o seu primeiro dever salvar essas vidas. O porto de destino escolhido foi Gibraltar, de onde o rei ordenou que o navio, por ser propriedade do estado português, voltasse a Lisboa. D Manuel II no entanto viveria o resto dos seus dias no exílio. Assim, num confronto cheio de indecisões, desencontros e hesitações em ambos os lados, se pôs termo ao regime monárquico parlamentar em Portugal, um evento por alguns historiadores considerado como o primeiro sinal do desmoronar da tradicional ordem Europeia, que viria a soçobrar completamente alguns anos mais tarde com o desfecho da Primeira Guerra Mundial. A República que emergiu desta revolução pouco mais anos duraria depois dessa derrocada, minada pelas características que originalmente lhe permitiram a sua rápida propagação pela opinião pública e que agora se revelavam como defeitos: o anticlericalismo militante e a falta de um programa social e sindical viraram contra ela ao mesmo tempo os sectores mais conservadores e os mais radicais: a panaceia messiânica não resolveu os problemas e mostrou ser ainda mais instável do que a monarquia nos seus últimos anos. Embora ao desgaste, inércia e incompetência dos partidos tradicionais caiba grande parte da culpa pelo desgaste da monarquia, o Partido Republicano estava lá, sempre se recusando a colaborar ao mesmo tempo que sabotava o regime por dentro, acabando por derrubá-lo pela força. Inversamente, e apesar das incursões monárquicas, foi a república que acabou por se derrubar a si mesma.

Pensamento do dia - 5 de Outubro de 2009

"Antes vale tarde do que nunca..." - ditados portugueses

3.10.09

Um minuto de humor - Inédito do Joãozinho

Inédito do Joãozinho Crianças, amanhã quero que me tragam exemplos de construções que estejam sendo feitas próximo de suas casas e quais as vantagens destas novas construções para nós. - Sim professora. No final da aula, a professora pede a todas as meninas que fiquem na sala porque quer dizer algo: - Olhem, meninas, como o Joãozinho é muito malcriado é provável que amanhã ele diga alguma das suas grosserias. Por isso, vou pedir que, para evitarmos problemas, quando ele disser algo que nos pareça grosseiro, todas vocês se levantem mediatamente e saiam da aula. Todas concordaram com o plano. No dia seguinte, pergunta a professora: - Fizeram a redação que eu pedi? Primeiro você, Anita .. - Perto da minha casa estão construindo um supermercado. Assim, a minha mãe não necessita andar tanto para ir às compras. - Muito bem Anita !!! Sim, Raulzito, fala você.Perto da minha casa estão = construindo uma fábrica de móveis.Assim, como o meu pai é marceneiro ele vai poder trabalhar mais perto de casa. - Excelente, obrigado Raulzito. Nisto o Joãozinho levanta a mão. Diz a professora: - Ai meu Deus !!! Fala, Joãozinho. O que estão construindo perto de tua casa? - Perto da minha casa estão construindo um bordel. Imediatamente todas as colegas do Joãozinho se levantam para sair da sala e ele diz:- Calma, suas p*** ... Ainda não abriu !!!

Especial: Somewhere over the rainbow

Um agradecimento especial ao Dr. Bruno Queirós Silva, por nos ter faculdado este video.

Os melhores cumprimentos,

Tiago Sousa

Espaço de Redação - FanFiction TWILIGHT SAGA (2º prémio)

Caro leitor, As minhas sinceras desculpas por não ter andado a publicar mais textos da minha autoria mas, como já deve ser do conhecimento geral, as aulas já começaram e, apesar de muitos pensarem o contrário, não tenho tido paciência para relatar o resto da minha última história. No entanto fica aqui postado um FanFiction que criei para participar num concurso online para ganhar os livros da saga TWILIGHT (chegando a ficar em segundo lugar). Posso afirmar que esta história de amantes impossível é a minha paixão portanto, se for a sua também (ou não), ou se conhece a história, com certeza irá gostar. Aguardo comentários

Mas Alice já tinha visto, sabia de tudo. Edward preocupara-se com algo que eu achava ser supérfluo. Estávamos felizes, era o que importava. O meu sonho tinha-se realizado. Estava junto dele para toda a eternidade. Deixara de ser Bella Swan para ser Bella Cullen.

Na floresta de Forks tudo estava igual, excepto uma coisa- EU. Já não precisava da sua ajuda para subir às árvores e agora fazíamos corridas. Claro que não o podia superar. Ficava encantada ao vê-lo correr, perdia-me nos seus olhos de mel.

- Então Bella? É só isso que tens?- gritou-me de longe. Ía começar outra vez!

Corríamos como se não houvesse amanhã. Num instante, ouvi Edward gritar o meu nome mas fora tarde de mais, algo tinha agarrado a minha perna forçando-me a cair. Eram eles, os Volturi outra vez

- Tu sabias que viríamos, aquela bruxa vampira previu. Devias ter-te preparado.- olhando para mim- E tu, Bella, estás tão bonita, a transformação fez-te bem, ainda bem que te poupamos!

Jane também estava bonita, como sempre, mas o tom em que ela me falou assustou-me.

- Deixem a nossa filha em paz, ela não é única.

Ele envolveu-me num abraço apertado, se ainda fosse humana, certamente ter-me-ia partido os ossos. Beijou-me a testa como se fosse de desculpa, de falhanço.

Pensei em correr, correr para salvar a minha filha.

- Caius já foi a vossa casa, daqui a pouco está ai com os outros ´vampirélos'.

No instante a seguir estava a família Cullen de joelhos, amordaçados. Temia pela vida deles mas, onde estaria minha filha? Eu queria vê-la! Gritei. Gritei com todas as minhas forças. Não queria que minha filha morresse. Mas, de repente, senti um cheiro a gasolina. Meu Deus! Eles iam-nos queimar vivos!

- Jane estás a cometer um grande erro- disse Carlisle- Eu quase sempre estive do vosso lado após estes longos 300 anos e vocês são capazes de nos fazer isto? Já não vos reconheço.

Num ápice Aro interveio. De onde teria ele aparecido? Eu só chorava.

- Carlisle não é nada pessoal. Jane a criança já está morta, vamos embora.

Não podia acreditar no que os meus ouvidos acabaram de escutar. Era impossível, a minha filha não podia estar morta. Não era possível, não podia ser verdade.

Gritei, chorei, desfaleci. O meu mundo tinha desabado. Como podiam ser tão cruéis?

Vindo do céu o meu lobo salvador apareceu. Soltei-me e corri depressa para casa. Edward seguiu-me sem conseguir dizer uma palavra.

Quando cheguei a casa estava toda desarrumada, só tive tempo de ir ao quarto de Reneesme.

Mas, ela estava dormindo como um anjo! O que os Volturi lhe tinham feito? Peguei-a ao colo para examina-la melhor, mas, de facto não possuía nenhum arranhão.

    • Edward, não entendo. O que se está a passar? Estou assustada!

Edward abraçou-me e conseguiu acalmar-me. Estava tão nervosa.

Como uma flecha, os Volturi e os Cullen estavam no mesmo quarto que nós. Senti-me apavorada.

- Feliz dia das mentiras Bella e Edward. Afinal esqueceram-se. Era apenas uma partidinha.- disse Marcus em tom de diversão- Não pensei que levassem tão a sério.

- Não teve graça nenhuma. Pregaram-me um susto de morte, tanto a mim como a Edward.

Já por não falar de Jacob, que infelizmente tem uma impressão por Reneesme, quase matou Jane, Caius, Aro. Ele estava muito nervoso e cheio de raiva. Por breves momentos pensei que aquele inferno acabava de começar de novo. Fiquei apavorada.

Naquele momento só pensei em bater em todos, que ninguém escapava, mas no fim cheguei a compreender o seu lado e que apenas nos queriam animar.

Catarina de Oliveira

Pensamento do dia - 4 de Outubro de 2009

"Chegará o dia em que todo homem conhecerá o íntimo de um animal. E neste dia, todo o crime contra o animal será um crime contra a humanidade." - Leonardo da Vinci

Pensamento do dia - 3 de Outubro de 2009

“Acreditamos no sonho e construímos a realidade” - Roberto Marinho

Pensamento do dia - 2 de Outubro de 2009

"Devemos expandir o círculo do nosso amor até que ele englobe todo o nosso bairro; do bairro, por sua vez, deve desdobrar-se para toda a cidade; da cidade para o estado, e assim sucessivamente até o objeto do nosso amor incluir todo o universo." - Mahatma Gandhi

1.10.09

Pensamento do dia - 1 de Outubro de 2009

Nunca desista, encontre sempre um lado bom da situação, se houver. - Tiago Sousa